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Crônicas
12/01/2016 - 14h21
O construtor Sebastião Justo de Moura
Maria Angélica de Moura Miranda
 
Arquivo MAMM 

Sebastião Justo de Moura nasceu na Praia de Toque Toque Grande. Era descendente de negros e caiçaras de origem indígena. Ainda na adolescência aprendeu a trabalhar com madeira e durante a vida tornou-se um grande marceneiro.

Casou-se com Antônia da Silva que nasceu na Praia do Cabelo Gordo e teve seis filhos: Benedito, João, Maria Aparecida, Álvaro, Otoniel e Paulo.
Depois de casado, veio morar no Centro de São Sebastião onde trabalhou como construtor durante a vida toda e sempre teve a ajuda dos filhos, principalmente do meu pai o Álvaro Moura, que foi o primeiro construtor de São Sebastião a ter o número do CREA e a autorização para desenhar e construir casas até 100 m².

Construíam as casas, as janelas, as portas e faziam os móveis de madeira, mesas, cadeiras, armários, camas etc., as famílias só precisavam trazer as roupas.

Durante muito tempo visitei casas que as pessoas falavam: Está vendo essa mesa? Esta cama? Foi seu avô quem fez.

Os telhados eram feitos com tesouras, trançados de vigas e caibros que duram até hoje. Na casa da minha mãe o telhado ainda é assim.

Algumas das capelas que existem até hoje pela Costa Sul, foram construídas pelo meu avô. Tenho o registro da inauguração de uma delas por volta de 1950 em Toque Toque Pequeno.

Meu avô construiu entre outras coisas o prédio do antigo CRESS, o primeiro clube de São Sebastião, tenho a foto do meu pai e do meu avô fazendo o telhado.

Uma das imagens que tenho do meu avô era ele em cima do telhado da Igreja Matriz arrumando as telhas depois de alguma chuva. Nunca vou esquecer ele andando naquele prédio, que para mim, que era criança, parecia ainda mais alto.

Foram autodidatas e se tornaram especialistas em construção civil, ensinaram esse ofício para muitos conhecidos, alguns engenheiros me falam até hoje: aprendi muito com seu avô e seu pai.

Construção do Clube Recreativo e Esportivo de São Sebastião CRESS – Meu avô está em cima do telhado, à esquerda, e embaixo, de chapéu, está meu pai.


Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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