É melhor do que o lado de “cá”. Ela mora LÁ (numa cidade aconchegante). Eu, infelizmente, moro “cá” (numa cidade carnavalesca). Apesar da distância entre as duas cidades, o encontro foi inevitável. Tal encontro, segundo ELA, foi das almas (sonhos parecidos, vida parecida, ideologias parecidas, sofrimento parecido, entre outras colisões idênticas). Isso mesmo, encontro das almas. Foram vinte e sete dias tagarelando por meio de um telefone. Não olhávamos o tempo passar (quando atentávamos, já eram duas da manhã – parafraseando Mário Quintana). Nossa troca de palavras impossibilitava qualquer intromissão da parte do alheio. Esquecia, do lado de cá, de observar o que estava se passando ao meu redor. Eu tinha certeza de que alguma coisa nasceria daquela conversação. Não era, apenas, um encontro qualquer. Mas seria preciso transpor um obstáculo artificial – a ponte. Pensei: - Sou mestre em transpor obstáculos – sem falsa modéstia. A fronteira natural entre o “cá” e o “lá” é o amor puro e verdadeiro entre duas pessoas que estavam “dispersas” neste mundo ilusório. Isso mesmo, ilusório! Era preciso, então, eu passar para o outro lado da ponte sem olhar o intervalo de tempo entre os dois pontos em questão (cidade aconchegante X cidade carnavalesca). No primeiro momento eu pensei: - A distância é uma parede intransponível. Vou precisar ter foco e determinação (ela será minha). Assim eu fiz. Fui transitar, em pleno sábado ensolarado, pelo bairro de Santa Bárbara (ela é mais bela do que a Santa). Olhar dentro dos olhos daquela mulher que havia me conquistado pelo seu encanto. No decorrer do trajeto entre a minha cidade e a dela, fiquei pensando: - A felicidade não tem um caminho (parafraseando Mahatma Gandhi). Mas estou no caminho da felicidade. Antes de vê-la pessoalmente pela primeira vez, me perdi em um alto “morro”. Tratei rapidamente de ligar para o celular dela. E disse assim: - Eu acho que me perdi. Subi o morro mais alto do que o pico da neblina. Ela, com uma voz branda e... Deixa pra lá. Replicou: - Você passou da minha residência. Desça que eu ficarei no portão aguardando você. Desci, conforme ela havia pedido. De repente eu a vi no portão.... Ela era o meu sonho realizado. Nos conhecemos. Entrei na sua sacada. Tomei assento no seu sofá. Participei do almoço e... Quer saber o desfecho da história? Não estávamos extraviados, apenas aguardando o tempo nos aproximar. Nina, só entre nós! Eu a amo! Nota do Editor: Leandro da Silva (prof.leandrosilva23@yahoo.com.br), professor de História pela Universidade Gama Filho/Pós-graduando em Gestão Escolar Integradora (supervisão, orientação, inspeção e administração) pela Universidade Castelo Branco.
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