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Opinião
13/01/2016 - 16h05
Por que nossas cidades não são inteligentes?
Kardec Borges
 

O desenvolvimento do conceito das “Cidades Inteligentes”, ganha um novo impulso no debate e aplicação de conceitos que promovem a melhoria do desempenho urbano, ao ser inserido como conteúdo referencial da 3ª Conferência da ONU sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, evento que será realizado em 2016 na cidade de Quito, no Equador. A proposta do tema foi feita no Smart City Business Congress & Expo America, evento realizado recentemente em Santa Catarina.

O conceito de “Cidades Inteligentes” possui uma grande disseminação na Europa, tendo Portugal como o país onde o assunto possui maior investimento de estudo e aplicação deste assunto. Desde 2010, a ONU-HABITAT (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos), promove ações para alertar sobre a necessidade de estabelecer um meio urbano sustentável.

A necessidade em debater o tema está em evitar o agravo de problemas que promovam a desigualdade e exclusão social dentro dos ambientes urbanos, devido ao considerável aumento da população mundial, que poderá chegar a 9 bilhões em 2040. O conceito de “Cidades Inteligentes” se apoia justamente em promover o desenvolvimento das cidades adequando-as ao crescimento potencial da população mundial de maneira a facilitar a vida e convivência de todos.

É preciso compreender que cada cidade é composta de seus próprios problemas, desafios e oportunidades. Estabelecer maneiras de solucionar os problemas, superar os desafios e aproveitar as oportunidades em função de uma melhor qualidade de vida deve ser a meta de projetos de intervenções urbanas. Com base nisso um ranking foi definido com itens que possam direcionar as ações para melhoria e desempenho urbano, são eles: governança, energia, mobilidade, gestão da água e resíduos, segurança, saúde, cultura, economia, qualidade das edificações e tecnologia da informação, integrando cidadãos e sistemas públicos.

O desafio, de maneira geral, é grande, mas sobre os países em desenvolvimento, pode ser ainda maior, considerando o crescimento acelerado e desordenado das cidades. No caso do Brasil, os principais impasses estão na atuação do próprio Estado, com uma gestão ineficiente de recursos, alta carga tributária sobre a sociedade, a burocracia e a falta de prioridade e foco nos reais problemas sociais.

Em termos práticos existem dois principais gargalos para se estabelecer as “Cidades Inteligentes” no Brasil. O primeiro está na ausência de planejamento urbano, isto nas esferas municipal, estadual e federal, que não realizam planejamento a médio e longo prazo e atuam de maneira fragmentada, sem promover esforços conjuntos em favor da mobilidade urbana. O segundo está na legislação ambiental e de uso e ocupação do solo, que limitam o desenvolvimento de projetos urbanos sustentáveis e impede o correto uso dos espaços públicos, além de omitir-se ao que se refere à ocupação irregular e ocupação de mananciais e áreas de risco.
Tais fatores dificultam a propagação do conceito de “Cidades Inteligentes”, como vem ocorrendo em outros países. Somando isto a ações de um Estado populista, que desvia a atenção do planejamento e engaveta projetos urbanísticos que sejam adequados ao crescimento populacional, podemos dizer que hoje estamos caminhando da contramão da sustentabilidade urbana.


Nota do Editor: Kardec Borges é sócio fundador da Unyt Arquitetura de Resultados, graduado em Arquitetura eUrbasnismo, pós-graduado em Gestão de Negócios Imobiliários e especialista em projetos urbanísticos e arquitetônicos para empreendimentos residenciais, offices, comerciais, hoteleiros.

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