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Opinião
19/01/2016 - 07h00
A hecatombe na política brasileira
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Além do encaminhado impeachment presidencial, do pedido de afastamento do presidente da Câmara e das crises fiscal e econômica, começam a surgir os pedidos de cassação dos parlamentares acusados de receberem propinas. A Procuradoria Geral da República se prepara para também processar formalmente os partidos políticos que receberam recursos indevidos. Até agora o único acusado formal é o Partido Progressista (PP), que o procurador Rodrigo Janot diz ter desviado R$ 358 milhões da Petrobras. Mas também são citados como recebedores de recursos irregulares pelo menos mais cinco partidos: PT, PMDB, PSB, PSDB e PTB.

Até agora só foram processados empreiteiros, ex-dirigentes de estatais, operadores das propinas, dirigentes dos partidos e alguns parlamentares mais envolvidos. Mas, esse ano, os partidos também deverão ser acionados para ressarcir os cofres achacados, sem prejuízo de outras penalidades. É um duro golpe na vida política nacional, pois revela a marginalidade das agremiações que deveriam ser o sustentáculo e a essência do regime democrático. Serve, também, para desprestigiar ainda mais a classe política perante a opinião pública e deixar o eleitorado órfão e cada dia mais susceptível ao discurso fácil e ilusório dos salvadores da pátria, caçadores de marajás ou pais e mães dos pobres.

Infelizmente, os construtores da chamada Sexta República Brasileira, iniciada em 1984, no grande movimento das “Diretas Já”, erraram crassamente ao construí-la dentro do sistema de coalizão branca, trazendo o loteamento do poder às escondidas para o presidencialismo. Partidos e parlamentares jamais poderiam ter sido cooptados a apoiar os projetos do governo através da barganha de seus votos por cargos ou, pior, por benesses que o Mensalão e a Lava Jato e outros escândalos revelaram serem, muitas das vezes, criminosas.

Os partidos políticos deveriam viver às próprias custas e não com verbas governamentais ou – pior – com doações espúrias. Os parlamentares, eleitos com o voto do povo, jamais poderiam abrir mão do seu dever de fiscalizar o Executivo para dele se tornarem sócios ou cúmplices. O grande problema está criado e nos conduziu a crise aguda que hoje instabiliza a Nação. A nossa democracia está seriamente enferma e tem de ser restabelecida. Estamos rumo a uma verdadeira hecatombe político-econômico-institucional. É preciso remover o pilares apodrecidos e estabelecer a democracia honesta e honrada um dia prometida ao povo. Chega de mensalão, petrolão, sanguessugas e outros crimes. Os homens e instituições envolvidos nessa sujeira têm de ser exemplarmente punidos e banidos da vida pública. Só assim teremos (de volta) o Brasil de nossos sonhos...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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