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Opinião
21/01/2016 - 11h03
A guerra ao mosquito
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Num momento em que a dengue tem curva ascendente e ameaça todo o Brasil, com o agravamento do quadro causado pela febre chikungunya e pela zika (que provoca a malformação do cérebro dos bebês das grávidas atacadas pelo vírus), é altamente importante o resultado apurado em Piracicaba (SP) com o chamado “mosquito do bem”. O Aedes aegypti geneticamente modificado solto num bairro de 5 mil habitantes reduziu em 80%, no intervalo de um ano, o número de larvas do mosquito transmissor. Isso porque os filhos resultantes da cruza do mosquito modificado com a fêmea comum não chegam à idade de procriação, e o ciclo reprodutivo é interrompido. O resultado foi tão positivo que o prefeito já anunciou o propósito de estender o trabalho à região central da cidade, um trecho onde vivem e transitam e 60 mil habitantes ou mais.

Só a dengue, que já existe no país em pelo menos quatro variações e, na forma hemorrágica pode levar à morte, já justificava o esforço e os investimentos para o controle do seu transportador. Agora, com o conhecimento dos males do zika vírus, que compromete o futuro, a necessidade de controle torna-se ainda maior. Todo esforço é pouco para readquirir o controle da praga e devolver a salubridade à população.

As vacinas são desenvolvidas com rapidez maior do que o habitual dos centros de pesquisa. A população é motivada (e até coagida) a agir contra a proliferação do inseto. E, mesmo assim, os indicadores são de que os surtos e epidemias estão aumentando. A notícia vinda de Piracicaba, é de alta importância num país que já vê a dengue, a chicungunya e, principalmente, a zika como graves problemas de saúde pública. Importante ressaltar que o controle biológico dos mosquitos em nada compromete ou atrapalha as outras frentes de pesquisa combate a esses males. Pode ser desenvolvido em paralelo num país que tem pressa para obter uma solução.

Evidente que a produção de mosquitos geneticamente modificados tem um custo que pode ser alto. Mas se isso é o meio de evitar a procriação do inseto, até hoje não conseguida através das pulverizações de inseticidas e das campanhas de conscientização da população em relação aos criadouros, há que se investir nesse trabalho e, com ele, salvar a população das doenças e suas consequências.

Desde Oswaldo Cruz, que combateu a febre amarela no início do século passado, o Brasil luta contra o mosquito que transmite os diferentes males. Já tentou tudo e não conseguiu vencê-lo. A mudança genética é uma nova esperança. Mas não deve ser uma responsabilidade exclusiva das prefeituras, que vivem a mais aguda crise financeira. Essa luta tem de ser assumida pelo Estado e pela União que, comprovada a eficiência do processo, essas instâncias de governo teriam melhores condições para alcançar verbas de emergência e fazer o trabalho em larga escala...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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