Compreendo a irritação das pessoas com o aumento das passagens de ônibus. Para quem ganha um bom salário, o aumento não tem muita significação, mas para os mais pobres, ele pesa muito. O protesto é válido, as empresas dizem que precisam desse aumento senão quebram, mas nunca ninguém viu empresa de ônibus falir. Mas há algo nesses protestos que não entendo: a maioria dos que protestam não são os pobres que usam o ônibus. Seria solidariedade? Não sei, mas deve ter um viés político, o que seria ruim para o protesto, tiraria sua razão. Mas o que não entendo de jeito nenhum é porque não se faz protestos contra o aumento dos gêneros de primeira necessidade, aumento de impostos, dos planos de saúde, da luz, água e dos salários escandalosos e de marajás, de político e autoridades. Penso que algumas pessoas estão se engasgando com um mosquito e engolindo um elefante. Na minha opinião, os protestos deviam ser de cabo a rabo. Ficar apenas restrito a passagens de ônibus é muito pouco. Falta no país protestos dos consumidores, inclusive contra as astronômicas taxas de juros, cartões de crédito e, repito, os aumentos escandalosos dados aos políticos e às autoridades. O povo não sabe a força que tem. Se for para a rua consegue uma vida melhor, estabelece um novo tipo de sociedade, uma sociedade que não priorize o mercado e as finanças. Inté.
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