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Opinião
06/03/2016 - 08h03
Os delatores e as delações
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Desde o dia que o Supremo Tribunal Federal definiu que os condenados de segunda instância devem começar imediatamente cumprir suas penas e aguardar encarcerados a decisão sobre seus recursos aos tribunais superiores, paira no país forte o clima de delação premiada, o instituto pelo qual o réu conta o que sabe e se beneficia da redução das penas. Estima-se que muitos dos alcançados pela Operação Lava Jato, que ainda resistem à possibilidade de entregar seus cúmplices, optem por fazê-lo e evitar que lhes aconteça o ocorrido com Marcos Valério que recebeu as maiores penas do Mensalão e hoje vê os políticos envolvidos soltos e até pedindo a anulação de suas penas.

Operadores do Direito prevêem que março seja um mês pródigo no fechamento de novas delações e, com isso, dezenas, talvez centenas de envolvidos nos escândalos de corrupção possam ter suas situações agravadas e alguns até sejam presos preventivamente. Essa previsão se reforça com a condução coercitiva do ex-presidente Lula e de seu staff para deporem Operação Aletéia, deflagrada nesta sexta-feira. Pensa-se que, sem a possibilidade de recorrer em liberdade e interpor inúmeros recursos protelatórios, propineiros, carteleiros, fraudadores de licitações e outros corruptos preferirão resolver seus problemas mesmo que em troca de romper a fidelidade com seus companheiros de empreitada. Há quem diga que março de 2016 poderá passar para a história política brasileira como um mês vermelho, tamanha a quantidade de sangue que deverá escorrer pelos escaninhos político-administrativos-judiciários.

Dentro dessa expectativa de muitas delações, surgiu nesta quinta-feira (29) a do senador Delcídio Amaral que acusa a presidente Dilma Rousseff de atentar contra a Operação Lava-Jato e o ex-presidente Lula de ser o mentor do plano de fuga e propina ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, motivo da prisão do senador. O próprio senador disse, em nota, “não reconhecer” os documentos publicados pela revista Isto é e repercutido por toda a imprensa. O governo e o Partido dos Trabalhadores também reagiram contra o vazamento daquilo que seria um pré-acordo de delação premiada. É importante lembrar que, segundo o divulgado, trata-se de um documento de 400 páginas onde o senador discorre sobre ações suas, de Dilma, de Lula e do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Sem qualquer prejulgamento, tanto da autoria quanto do conteúdo, a sociedade brasileira espera que tudo seja devidamente apurado, esclarecido e os faltoso – sejam eles os denunciados ou os autores da denúncia (se ela for falsa) recebam a devida punição. O que se espera das delações é que todas elas sejam absolutamente verdadeiras e levem de forma irretratável aos autores dos malfeitos. O Brasil e os brasileiros precisam disso...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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