Cresce o número de jovens fumantes em países em desenvolvimento. 2,7 milhões de jovens são fumantes no Brasil
Ser jovem é querer estar nas melhores baladas, nas melhores companhias, se divertir pra valer e ainda estar inserido no contexto social que as situações pedem. E quando o assunto é ser inserido num determinado grupo social os "perigos" começam a acontecer. Geralmente, para fazer parte de certas "turmas" é necessário se ter os mesmos hábitos, pensamentos e atitudes. Esses, porém, nem sempre são os melhores e levam muitos adolescentes ainda em fase de formação de idéias a caminhos errados. Segundo a psicóloga Maria Beatriz Amaral de Lima Santos, da Consciência Multiclínica, especialista no atendimento aos jovens, nessa fase de transição, pela qual o adolescente passa, é bastante complicada, pois ele precisa se auto afirmar entre os amigos. "Nesse processo de aceitação da turma, muitas vezes os adolescentes começam a se envolver com drogas por uma imposição da turma. Assim, para não se sentir excluído acaba aderindo ao vício e até gostando do mesmo. É o que normalmente acontece com o cigarro entre os jovens", explica a psicóloga. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) existem cerca de 1,3 bilhão de fumantes no mundo, consumindo perto de seis trilhões de cigarros por ano. No Brasil há 30,6 milhões de fumantes e a cada ano cinco milhões de pessoas morrem no planeta em decorrência de doenças associadas ao fumo. As pesquisas mostram que, ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos, onde o número de fumantes está caindo, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, o fumo avança entre os jovens. Começar a fumar antes dos 20 anos pode representar um caminho mais rápido para a morte e para o surgimento de problemas de saúde no futuro. De cada três casos de câncer, um está relacionado ao tabagismo. Nos Estados Unidos, existem três milhões de adolescentes que fumam. Desses, um terço deve morrer em conseqüência do cigarro. No Brasil, a população de fumantes abaixo dos 19 anos é de 2,7 milhões. Mantida a proporção, 900 mil deles devem morrer por causa do fumo. O vício do fumo se inicia mais comumente entre 10 e 19 anos e uma recente pesquisa mostrou que 70% dos jovens fumantes têm ao menos um dos pais fumante, reforçando a constatação de que o modelo é importante na determinação do hábito de fumar. Um dos maiores objetivos da OMS, que lançou em 27 de fevereiro deste ano o Tratado Internacional contra o Tabagismo, é reduzir o hábito de fumar na população jovem através de diversas medidas, entre elas, a proibição total da publicidade do tabaco, o aumento do preço e dos impostos, a implantação de medidas legais para proibir o fumo em locais públicos e de trabalho, bem como mensagens de advertência sobre seus efeitos nocivos para a saúde e medidas de proteção ao fumo passivo. No dia 31 de maio, se comemora o Dia Mundial sem Tabaco, criado em 1987 para atrair a atenção do mundo sobre a epidemia de tabagismo e sobre as doenças e mortes provocadas pelo fumo que podem ser evitadas. Para este ano, o lema escolhido foi "Profissionais da Saúde contra o Tabaco", que visa fazer dos profissionais da saúde verdadeiros exemplos na luta contra o fumo principalmente entre os jovens. Tratamentos alternativos ajudam a para de fumar Atualmente existem vários procedimentos que ajudam o fumante que decidiu abandonar o vício a realmente parar de fumar. Adesivos, antidepressivos, filtros e chicletes de nicotina são algumas opções disponíveis no mercado. Há, entretanto, quem prefira tratamentos naturais que reduzem os sintomas da abstinência de maneira mais saudável. O médico e acupunturista, Dino Benfatti, da Consciência Multiclínica, utiliza florais de Bach, medicina fitoterápica chinesa e acupuntura auricular nos pacientes, obtendo bons resultados. "A acupuntura auricular promove uma estimulação constante e os florais proporcionam a harmonização do paciente", acrescenta o acupunturista. Um dos procedimentos mais eficientes para pessoas dispostas a parar de fumar é o Action Laser, que utiliza laser frio para estimular pontos específicos da acupuntura para reduzir a vontade de fumar e controlar a ansiedade, uma vez que promove a liberação de neurotransmissores e endorfinas. O tratamento foi desenvolvido no Canadá na década de 80 e tem alcançado cerca de 70% de sucesso. De acordo com a médica acupunturista Maria Aparecida Marques da Rosa Reis, que trabalha com a técnica em São José do Rio Preto há 7 anos, o acompanhamento médico durante o processo é especialmente importante para amenizar os sintomas da abstinência, como insônia, irritabilidade e dores de cabeça. Os médicos também são unânimes quanto à importância dos exercícios físicos. "Oriento meus pacientes a praticarem exercícios, pois, além da liberação de endorfinas que reduz a ansiedade, o indivíduo também encontra estímulo para melhorar o condicionamento físico e não atacar a geladeira", afirma Benfatti. De acordo com Maria Aparecida, "em primeiro lugar o fumante precisa QUERER parar de fumar. Em seguida, DECIDIR que vai parar de fumar. Parece a mesma coisa, mas não é. Com persistência e força de vontade o fumante consegue abandonar o vício, ainda que não seja na primeira tentativa. Os tratamentos ajudam muito, mas são coadjuvantes, não fazem milagre. A determinação é essencial."
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