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Opinião
30/05/2005 - 07h31
O Brasil da segurança, rentabilidade e liquidez
Cláudio Boriola
 

No mercado financeiro, há três palavrinhas mágicas das quais ninguém escapa, seja em família, nas empresas, nos bancos, no governo ou em qualquer lugar onde o dinheiro esteja: segurança, rentabilidade e liquidez.

Quando um banco faz uma operação de empréstimo a uma pessoa física ou jurídica, ele pede garantias reais, a hipoteca de um imóvel, o penhor de mercadorias, caução de duplicatas mercantis, assinaturas em contratos e notas promissórias em branco devido à imensa necessidade de sobrevivência. A instituição financeira quer ter a certeza de que, se o cliente quebrar, a garantia fornecida sirva para pagar o empréstimo. Quando você compra ações de uma empresa tradicional de mercado, você sabe que por trás daquele papel há uma empresa com uma monumental estrutura de ativos reais, produtos conhecidos e com históricos de sucesso.

As garantias reais e irreais nada mais são que um fator de segurança da operação financeira. Rentabilidade é outra palavra obrigatória sobre toda decisão de investimento financeiro. Ela diz respeito aos ganhos de capitais (juros e dividendos) que fluirão para o bolso do investidor em curto, médio ou longo prazo.

Temos que observar que há uma correlação inversa entre segurança e rentabilidade: Quanto mais segurança ter a aplicação, menor a taxa de juros paga. Quanto menos segurança e mais arriscada a aplicação, maior é a taxa de juro aplicada. Não podemos deixar de observar em qualquer tomada de decisão que os juros e inadimplência percorrem o mesmo caminho imaginário.

O tesouro nacional dos Estados Unidos paga taxas de juros baixas sobre os seus títulos públicos porque é sabedor que a sociedade confia no país e no governo, e não vê risco algum em emprestar seu dinheiro a ele. Diferentemente, o governo brasileiro tem de pagar taxas de juros elevadas (Taxa SELIC - SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTODIA) para vender títulos do tesouro nacional porque os investidores estão sempre temendo o calote.

Há um principio econômico que pode ser traduzido da seguinte forma:

- Máxima segurança = mínimo de ganhos ou prejuízos.

- Máximo de risco = máximo de ganhos ou prejuízos.

Os investidores não têm alternativas: ele tem de decidir se quer mais segurança ou mais lucro. O investidor que deseja ter risco zero tem que suportar baixas taxas de rendimentos.

Liquidez diz respeito à capacidade de transformação do ativo em moeda. Os investidores de imóveis por exemplo, conhecem a história de que são investimentos de baixa liquidez, em função da dificuldade e demora em vendê-los. Com imóveis não se faz dinheiro rápido. Em muitos lugares chega a ser quase impossível vender um imóvel, é o caso das cidades pequenas, ou estagnadas no seu desenvolvimento, das regiões onde houve êxodo populacional ou de ativos de uso não despertam interesse em potenciais compradores.

Os investimentos financeiros oferecem, de uma forma geral, alta liquidez, já que podem ser transformados em dinheiro a qualquer momento.

A poupança é um item seguro e gera liquidez para qualquer investidor, mas esquecido pela população brasileira devido às precárias condições per capita. A falta da educação financeira nas escolas nos leva a pensar que investimentos iguais à poupança são desnecessários para garantias de uma aposentadoria saudável. É necessário que tanto os ganhos do Estado quanto os da população sejam maiores que suas despesas, possibilitando um capital excedente a ser guardado.

Poupança é, em todos os sentidos, um bem de importância exponencial. Não a poupança pela poupança, mas pelo que ela pode oferecer. No caso das empresas, inclusive, se ele é detentor de um bom capital de giro, tem maior poder de barganha nas mãos, na luta por melhor preço e produtos aos seus fornecedores. Infelizmente hoje acontece o contrário: Compra-se em longos prazos, com despesas financeiras altíssimas embutidas nas mercadorias fornecidas, onde tudo acaba afetando e refletindo o bolso do consumidor final.

Geralmente, o caminho do progresso é árduo e lento. Infelizmente não somos um país destaque entre outros, não temos educação financeira nas escolas, não somos ensinados a lidar com o dinheiro, e isso nos tornam brasileiros ingênuos nas decisões financeiras, onde os caminhos árduos e lentos são trilhados por poucos, pois exigem vontade, disciplina, resistência e persistência, e é normal que ocorram recaídas e fracassos.

Há os que caem, levantam-se e retomam a caminhada. Porém, longa é a fila dos que desistem e continuam sofrendo e pagando o preço da humilhação nas condições de uma má situação financeira; todos sofrem e submetem os filhos ao sofrimento pelo qual não têm culpa. Há muitas maneiras de trafegar nessa estrada "Brasil", mas há regrinhas básicas que merecem destaque especial em um plano de ação:

Um ditado da psicologia diz que "o primeiro passo para resolver um problema é admitir que ele existe". Quando você admite a existência de algo - um fato, uma idéia, um acontecimento ou um problema, a partir daquele momento o seu cérebro começa a processar uma gigantesca rede de informações e conexões sobre aquele algo; é o começo da etapa "interessar-se"; nos assuntos do dinheiro não é diferente.

As questões econômicas e financeiras são um fato da vida, e disso não há como escapar. O melhor que podemos fazer para nós, por nossa família e por nosso país é adotar uma atividade de atenção e interesse por tais questões. Todavia tomar a atitude de interessar-se é um processo mental; é uma manifestação de vontade que procede a qualquer ação rápida.

Despertar a atenção de todos, provocar interesse, gerar desejo, significa consumar a ação.

A atenção para a implantação da educação financeira nas escolas já esta dispersada nas mentes das famílias brasileiras. O interesse e o desejo nasceram, também da simples leitura do livro Paz, Saúde e Crédito - O livro que vai mudar a sua vida, inclusive das participações de milhares de pessoas na palestra "Vida Financeira Saudável" ministrada em todo o Brasil, cujo tema é importantíssimo e realça a importância e as vantagens de adquirir instruções financeiras e cuidar da gestão financeira empresarial e pessoal.

Em breve, conseguiremos levantar nossos governantes da "cadeira" para gerar atitudes ao descaso à implantação da disciplina "Educação Financeira nas Escolas" no currículo escolar do ensino fundamental e médio a fim de alcançarmos melhores conhecimentos e instruções à Segurança, Rentabilidade e Liquidez econômica.

Finalmente, desejamos que o Brasil seja uma nação fortalecida e economicamente ativa, entre outros em destaque, sem que pagamos o menor preço da humilhação à sobrevivência.


Nota do Editor: Escrito originalmente por Cláudio Boriola - Consultor Financeiro - Palestrante especialista em Economia Doméstica e Direitos do Consumidor. Autor do livro "Paz, Saúde e Crédito" - O livro que vai mudar a sua vida, batizado por Paulo Henrique Amorim como "a bíblia dos endividados".

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