O crescimento do potencial turístico é uma saída para muitos municípios que encontram dificuldades de viabilização econômica ou que pretendem ampliar as opções de negócios e sua capacidade produtiva. Considerada em todo o mundo um importante fator de transformação e desenvolvimento, a atividade turística é capaz de agregar valores naturais, sociais e históricos em projetos geradores de emprego e renda em cidades com os mais variados perfis. Esse conceito, que é explorado e aperfeiçoado há muitos anos em países como França e Espanha – nos quais os recursos gerados pelo turismo representam parcela muito significativa do Produto Interno Bruto (PIB) –, ganha força no Brasil e foi adotado em São Paulo para levar desenvolvimento a muitos municípios do Estado. Em maio do ano passado o Governo do Estado pretendeu garantir uma alternativa para as cidades que buscam novas perspectivas econômica. A legislação vai incluir 140 cidades em programas específicos de investimento público. Além de possibilidade real de aumento das receitas, ela representa uma oportunidade de reformulação da própria infraestrutura das cidades. Uma das condições para que os municípios sejam habilitados como de Interesse Turístico é a elaboração de um Plano Diretor de Turismo. Ele deve ser criado conjuntamente entre a administração municipal e a sociedade civil, com o objetivo de modernizar o espaço público e preservar o patrimônio cultural das cidades. Trata-se de um modelo de desenvolvimento sustentável e de longo prazo, fundamentalmente baseado nas qualidades locais já existentes, sejam naturais, arquitetônicas ou culturais. Esse potencial é amplo no interior de São Paulo. Das características geográficas de cada região, aos fatos históricos que fizeram do nosso Estado o mais importante do Brasil, há muito a ser explorado pelo turismo. A capacidade da capital paulista para atrair grandes eventos, nacionais e internacionais, também pode ser utilizada para levar visitantes ao rico interior paulista. O impacto do turismo nas economias locais alcança praticamente todos os setores de produção e viabiliza a consolidação de uma estrutura econômica sólida e duradoura. Os ganhos sociais são imensos, e o atual cenário econômico do País mostra que a solução é encontrar modelos de geração de riqueza que sejam agregadores e envolvam toda a comunidade. Tudo isso seria possível se a lei aprovada fosse regulamentada pela Assembléia Legislativa do Estado. Sente-se, todavia, que não há estímulo para isso. Aliás, em São Paulo, infelizmente, o turismo é tratado como moeda de troca. Ganha-se o apoio do partido e ele indica pessoas que não são do ramo para gerenciar a Pasta desse que é um dos maiores empregadores do Brasil, a custos infinitamente inferiores do que investidos em outras frentes de desenvolvimento. Nota do Editor: Sebastião Misiara é Presidente da Uvesp, Diretor APM e Vice-presidente ADVB.
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