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Opinião
02/08/2016 - 06h41
Por um jornalismo transmidiático
Rogério Eduardo Rodrigues Bazi
 

Nunca, em tão pouco espaço de tempo, observou-se a vivência cotidiana das inúmeras oportunidades de acesso à informação como nos últimos anos. É indiscutível pensar nos dias atuais que a informação não circula por meio das redes sociais. Entre os jovens conectados 24 horas por dia, uma simples mensagem de texto, de vídeo ou o uso exagerado de compartilhamentos ganha, cada vez mais, proporções inimagináveis. Render-se a tal procedimento, simplesmente para sentir-se informado, com certeza, não é a melhor opção, mas é o que garante para muitos a ‘chance’ de estar em sintonia com o mundo a sua volta - muito mais pela falta de iniciativa ou morosidade do campo do saber verdadeiramente responsável de se produzir uma informação com qualidade: o do jornalismo.

O acesso a uma informação bem apurada e que possa ser útil aos cidadãos vai além dos meios tradicionais de comunicação. De nada adianta lamentar-se do uso desenfreado das redes sociais como forma de divulgação da informação; é preciso tornar o jornalismo transmidiático, ou seja, trabalhar com os conteúdos informativos de modo disperso e, ao mesmo tempo, criar conexões entre eles nas mídias digitais, a fim de atender a grande demanda do público.

No jornalismo transmidiático trabalha-se os vários modos de produção da informação, unindo-os numa espécie de teia informativa. Em um show musical, por exemplo, a reportagem principal encarrega-se de fornecer os principais dados do espetáculo; em uma outra reportagem, o leitor é convidado a conhecer a trajetória do cantor, com a inserção de vídeos e curiosidades; em outra, os amantes de instrumentos musicais podem apreciar os sons que serão emitidos pela banda do cantor e, assim, sucessivamente, em um ambiente digital e conexo.

Quem definiu muito bem uma estrutura de conteúdo noticiosa transmidiático foi o pesquisador e professor norte-americano Henry Jenkins, ao dizer que esse conteúdo atende a requisitos como: mapear o mundo, oferecer outras possibilidades de produções ao público, oferecer a perspectiva de outros personagens e dar a chance do público se engajar na história.

E é nesse último que se estabelece a confluência entre o público e o jornalismo transmidiático, à medida que o verbo engajar significa participar de algo de modo voluntário para algum trabalho ou atividade. O que mais se nota é um desejo do público leitor de sentir-se engajado nas mais variadas situações, mesmo que seja para transmitir uma mensagem em rede social ou tirar uma foto e compartilhar. Se isso ocorrer de fato, espera-se que o exercício do jornalismo transmidiático diário possa contribuir para o engajamento desses cidadãos naquilo que realmente for importante para a maioria das pessoas.

No entanto, de modo geral, as produções jornalísticas ainda são desprovidas de conteúdos noticiosos variados e que reúnam, sob o manto do jornalismo transmidiático, oportunidades de integração. As novas possibilidades de transmissão de informações e as antigas mídias - como jornais, emissoras de rádio e de televisão- podem interagir de forma conectada e compartilhada, a favor do público e, principalmente, da qualidade da informação disseminada.

Cabe ao jornalismo fazer sua parte.


Nota do Editor: Prof. Dr. Rogério Eduardo Rodrigues Bazi é Diretor do Centro de Linguagem e Comunicação (CLC), Professor da Faculdade de Jornalismo e do Mestrado em Linguagens, Mídia e Artes da PUC-Campinas.

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