- Sassinhora, dona Carulina! - Quê que foi, dona Carmosa? - A casa da sinhora tá osso duro de ruê! - Tá achando, dona Carmosa? - Credincruiz, uai! O chão tá uma tristeza! Os rejuntos tão de dá nojo! - Que isso, Dona Carmosa! - E tá memo, viu? Os rodapé tão que é pura puêra! Os vidro tudo embaçado, nossa! - Pois é, dona Carmosa, por isso mesmo que chamei a senhora... - E os pano de chão, cadê, dona Carulina? - Estão aí na área de serviço. - Nossa! Que horror! - Horror, Dona Carmosa? - Esses pano de chão, Sá! Tudo encardido, credo! - ??? - E o rodo da sinhora, cadê? - Está aí, no armarinho... - Esse rodim, dona Carulina? - Está ruim? Não gostou? - Subesse desse rodim, eu tinha trazido o meu... - O da senhora é melhor? - É grande, o serviço rende, tá me entendeno? - Ah... - Os produto tão onde? - Dentro desse balde aí, no tanque... - Hum... dexovê... sabão, detergente, arco, brialumino, croro, zinfetante, uai... e o Azulim? - Azulim? - Azulim... num tem? - Eu não uso, dona Carmosa. - Mas, pur quê? Quê que a sinhora tem contra o Azulim, dona Carulina? - Acho forte.. - Uai, comigo nunca deu pobrema... - Mas eu não gosto, dona Carmosa... Não tenho costume. - Então num vai tê jeito de limpá pá sinhora, não... - Não? - Não, eu não limpo com miséra de produto... - Dona Carmosa, não tem miséria de produtos. Mas Azulim não tem... Quem sabe a gente deixa essa limpeza, né? - Tá bão, se a sinhora prefere assim... - Prefiro... - Então já vou ino. Vamo acertá... - Acertar? Acertar o quê, dona Carmosa? - Uai, acertá o quê... O meu dia, dona Carulina... - Mas a senhora não trabalhou. - Trabaiá como, dona Carulina? Não tem Azulim, uai!
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