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Opinião
19/08/2016 - 05h31
A guarda e o transporte de valores
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O paulistano experimentou, nesta quarta-feira, o caos provocado pela tentativa de roubo a uma empresa transportadora de valores. Além do pavor dos vizinhos diante dos disparos de armas pesadas e da movimentação incomum durante a madrugada, restou o trânsito complicado pelos veículos que os bandidos queimaram e obstáculos que lançaram nas vias públicas para atrapalhar a chegada da polícia enquanto fugiam. Recentemente aconteceu em Ribeirão Preto, na baixada santista e em outras regiões. As quadrilhas, que antes atacavam carros fortes no trajeto, especialmente na estrada ou cavavam túneis para chegar discretamente ao depósito de dinheiro, hoje aplicam a violência e a tática de guerra. É uma situação que se agrava permanentemente, exigindo providências das autoridades e dos operadores desse mercado.

Antigamente, a presença de uma transportadora de valores chegava a tranqüilizar a vizinhança, pois tais estabelecimentos, dotados de esquemas de segurança, transmitiam a sensação de que o lugar ficava mais seguro. Porém, a prática vem demonstrando a ineficiência do sistema e colocando em pânico a comunidade ao redor pois, a qualquer instante, o depósito pode ser atacado com armas pesadas e explosivos e da ação restar um rastro de destruição, inclusive com mortes de terceiros, como o acontecido em Ribeirão Preto.

Infelizmente, chegamos a um ponto em que as pessoas não podem exibir seus bens sem o risco de serem atacadas e deles despojadas. Isso ocorre desde o simples tênis até as jóias e objetos de valor; desde a saidinha de banco até os sequestros. Os bancos e especialmente as transportadoras de valores, passaram a ser alvos das ações ousadas dos criminosos organizados. É preciso fazer algo para conter essa escalada criminosa. Não basta reforçar a presença policial. O mais indicado seria tornar os valores mais indisponíveis. Talvez remover os depósitos de dinheiro das áreas residenciais e realocá-las em pontos onde possam ter vigilância mais específica, eficiente e sem o impacto de vizinhança.

Além das reformas política, eleitoral, social, econômica e outras que a sociedade brasileira clama, também necessitamos de ampla mudança nos conceitos de segurança pública. Não pode ser algo restrito ao aparelhamento das polícias, pois isso é apenas a ponta de uma espiral. Há que se estabelecer o efetivo controle de fronteiras, o combate ao contrabando de armas, o efetivo cumprimento das penas de forma que o detento saia ressocializado da prisão e não volte ao crime, e a solução de problemas sociais que levam o indivíduo à delinqüência e ensejam a ação do crime organizado. Não podemos esquecer do dito popular de que é a ocasião que faz o ladrão. Acabar com esse regime de oportunidade é uma grande e urgente tarefa...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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