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Opinião
30/08/2016 - 06h51
Malandramente estamos perdendo nossos jovens
Anderson Fernandes
 

Ontem fui apresentando ao sucesso 'Malandramente', da dupla de MCs Nandinho e Nego Bam. Com menos de dois meses de lançamento do clipe oficial, a música já possui mais de 32 milhões de visualizações na internet. Conheci o hit ao passar em uma escola estadual de São Paulo. Os estudantes estavam dançando freneticamente, agitados, enquanto comemoravam a suspensão das aulas, já que a unidade de ensino estava sem atividades porque alguns professores realizaram uma paralisação no trabalho para reivindicar melhorias.

O que me chama atenção nesta situação, observando um contexto geral, não é o fato de músicas como 'Malandramente' fazerem sucesso, ou a falta de aulas em escolas estaduais, ou os estudantes comemorarem a suspensão das atividades nas unidades de ensino (coisas banais desde a minha infância), mas sim a geração de “jovens superficiais” que está se “levantando”.

É uma geração que não sabe falar “por favor”, “obrigado”, “com licença”, sem respeito por regras, que ama e odeia com muita intensidade, que reverencia a imoralidade, e principalmente, e mais grave, que não se preocupa com o futuro. São poucos os nossos jovens “antenados” em formação cultural, educacional e profissional. A grande maioria se empenha mais à veneração dos objetos de marca (tênis, roupa, carro), às personalidades de rede social e as novidades tecnológicas.

Como define bem o psicólogo e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), Raymundo de Lima, “o mundo real e a cultura impressa deixam de ter valor para a geração sem-compromisso porque o mundo virtual ou das imagens é visto como total e suficiente”. E ele completa com extrema sabedoria que “o ato de imaginar uma estória escrita, escrever, ou analisar um texto é visto com um árduo trabalho, daí a recorrência das imagens prontas nas telas onde é possível acompanhá-las e manipulá-las sem esforço algum”.

Ou seja, a geração de “jovens superficiais” precisa levar um “choque de realidade”. E esse deve ser um compromisso de todos. O sistema de educar - não é papel apenas da escola -, não pode ser neutro, deve ser direcionado. Precisamos mostrar a estas crianças e adolescentes o que realmente é importante, inspirar elas com ações positivas. Se alguns conseguem, malandramente, realizar atividades que prendem a atenção deles, nós também podemos, porém, os direcionando para o caminho correto. Eu vou fazer a minha parte. Até mais, “nós se vê por aí. Nós se vê por aí”.


Nota do Editor: Anderson Fernandes é jornalista, autor dos livros Entre Quatro Poderes e Nocaute e criador do projeto Vida Literária.

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