Por mais esforços que os governos façam para preservar as praças, os parques e as áreas verdes das cidades para lazer e recreação, de nada adianta se a população não colaborar efetivamente. Zelar pelo patrimônio público também é uma tarefa do cidadão. É muito simples reclamar de tudo e todos. Adolescentes e jovens depredando ou pouco se importando com os locais onde atuam é uma triste realidade. Canteiros sujos, flores arrancadas, bancos quebrados, latas e garrafas (algumas aos cacos) jogadas em qualquer lugar contextualizam o ato praticado por alguns. Além disso, escadarias e garagens servem de banheiros após a ingestão de muita bebida. Será que essa mesma turma faz tudo isso, também, nos locais onde mora e com o consentimento dos familiares? O que há é uma grande falta de consciência. Todos acham que possuem só direitos, deixando os deveres para os outros. É um enorme engano. Mesmo pagando altos impostos para preservar as áreas públicas, a hipótese de estar livre para agir contra ou a favor do patrimônio é algo a ser pensado. A valorização e a preservação diária do bem público são ações que não podem ser esquecidas. A camada menos favorecida busca apenas um emprego, que lhe dê dignidade, inclusão social, cidadania e acesso ao mundo da "selva de pedra". Quantas "Senhoras do Destino" estão vagando pelos municípios atrás de uma oportunidade? O ensinar a pescar é infinitamente superior ao dar o peixe de bandeja. O trabalho com adolescentes e jovens passa, prioritariamente, pela formação do caráter com ética, responsabilidade, honestidade e respeito a todos. Cada dia determina a conquista e a luta pela superação de desafios. Somos testados nos mais diversos lugares. A exigência faz com que sejamos protagonistas do nosso cotidiano, com argumentação e empreendedorismo. A interação é vital para a troca de experiências e o crescimento das partes envolvidas. Ou encaramos a batalha pela transformação social ou seguiremos de braços cruzados e olhando de nossas janelas gradeadas as cenas de desordem, desrespeito e violação de direitos. Se os agentes públicos pecam em determinados momentos, devemos lembrá-los sempre da missão de responder aos anseios da população, principalmente daquela que sofre calada com as angústias do dia-a-dia. No entanto, precisamos fazer a nossa parte também. Nota do Editor: Gilson Piber é jornalista, articulista do jornal Diário de Santa Maria (RS) e professor do Centro Universitário Franciscano (Unifra).
|