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Opinião
23/09/2016 - 05h58
A falência do estado
Benedicto Ismael Camargo Dutra
 

Nos anos 1950, logo após o término da Segunda Grande Guerra, havia um alvoroço em todo o planeta. Muitos seres humanos ansiavam encontrar a Luz da Verdade buscando a espiritualidade para uma vida melhor, com paz e harmonia. Naquela época havia vários obstáculos: interferência da religião, censura velada, dificuldade de acesso aos livros. Hoje tudo é mais fácil: há mais liberdade, a Internet tornou tudo mais acessível para os pesquisadores. No entanto, os apelos para o consumismo e a ânsia por prazeres imediatos, a luta pela sobrevivência, e a queda do nível moral e educacional acabaram agindo como entorpecentes para o espírito. O enrijecimento acelerou e o homem ficou irreconhecível, parecendo mais máquina insensível do que ser humano vivificado pelo espírito.

As condições gerais estão se agravando com a escassez de água, a destruição das florestas e o esgotamento dos recursos naturais. Faltam estadistas sérios e competentes. Tudo ficou desarrumado, numa fase de grandes endividamentos e austeridade. A ausência de planejamento para controle dos déficits das contas internas, da balança comercial e das contas externas gerou a dependência ao mercado financeiro. Sem o ajuste desses desequilíbrios nenhuma nação pode prosperar.

A globalização poderia ter sido melhor; mas além de provocar ferrenha concorrência entre desiguais, acabou agravando os desequilíbrios em vez de reduzi-los. Sem projetos que possibilitem equilíbrio na produção, comércio, emprego e consumo, vai ser difícil acertar em termos financeiros e sociais. As engrenagens da economia perderam a velocidade devido aos obstáculos criados pelo artificialismo das bolhas, agravadas pela concorrência acirrada promovida pela economia global. É preciso gerar fundos para os juros e as dívidas crescentes, e tudo vai sendo cortado, o que reduz ainda mais o giro e os empregos.

O dinheiro público continua sendo o grande atrativo. Os sanguessugas estão sempre atentos. É preciso a garantia de resultados positivos, sem os esquemas favorecedores de políticos e protegidos na forma de parceria espúria. Décadas de descaso e inépcia estão levando ao descalabro, ao colapso do poder público, à falência do Estado e da República pela falta de tratamento adequado das finanças públicas. Que se cuide a classe política, pois dessa confusão poderão surgir novas formas de governo acabando com a festa dessas estruturas burocráticas arcaicas e viciadas.

A atividade econômica perdeu dinamismo, permanecendo estagnada. Não há ânimo para produzir. Os consumidores ou estão endividados ou perderam renda devido ao desemprego, redução de salários e da renda de aluguel de imóveis. Quem tem aplicação baseada na taxa Selic recebe os juros, mas os grandes aplicadores não acrescem o consumo; se forem de fora, menos ainda, e os preços vão subindo embora as vendas estejam caindo. Os juros contribuem para manter o desequilíbrio e a tendência de crescimento da dívida, no mínimo, ao nível da taxa de juros. Se o governo não está emitindo, se tudo está se contraindo, de onde vem a inflação?

Para assegurar o progresso e brecar graves problemas que já estão ocorrendo é fundamental que todos, e principalmente as novas gerações, sejam motivados a buscar as respostas para que possam atuar visando a melhora geral das condições de vida no planeta. Os jovens estão sendo dirigidos através das pequenas telas de seus smartphones, percebendo cada vez menos a grandiosidade da vida. Eles devem ser adequadamente preparados para que surjam seres humanos de qualidade e responsáveis, que saibam analisar as situações e usar a intuição e o raciocínio para encontrar as melhores soluções, e para entender que será através do próprio esforço que irão obter uma vida digna.


Nota do Editor: Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, “2012... e depois?”, “Desenvolvimento Humano”, “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

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