Acho que está quase acabando o hábito de ler gibis. Agora dá-se preferência aos filmes sobre heróis dos gibis, caso de Batman. Não há o frisson do passado em torno dos gibis. Li muito gibi, tinha até coleção deles: Super X, Globo Juvenil, Guri, Capitão Z, Zorro. Mandrake, Fantasma, Capitão América e, claro, o Capitão Marvel. O que mais fascinava era o Capitão Marvel, aquele razinho, Billy Batson pronunciava a palavra mágica "SHAZAM', havia a uma espécie de raio e um estouro buuuuuuuuuuuuuum, e o garoto virava o super-herói e ia combater o mal e os bandidos. Acho que ele ainda era mais famoso que o Superman. Menino do interior era muito ingênuo, não tinha a informação de hoje. Hoje o gato assiste Batman mas sabe que é mentira. Gosta de Harry Porter mas também sabe que é mentira. Antigamente, mesmo o menino vendo o raio de cinabrina ou o cão do segundo livro de Felisberto de Carvalho, era mané acreditava até em gibi. E alguns até vestiam fantasias dos super-heróis. O preferido era o Capitão Marvel. Havia em Arcoverde um gajo que era o cão chupando maga de impossível, nem os pais podiam com ele. Era Toinho Galego, mas tinha uma fraqueza, acreditava piamente que podia virar o Capitão Marvel. Reuniu a tropa e foram para a ponte do rio de Rua Vela (no Beco de Buique) em Arcoverde, lá ele se preparou se sentido que era Billy Batson e gritou a plenos pulmões SHAZAM, nada de raio e nem o buuuuuuuuum, mas assim mesmo ele pulou da ponte. Por sorte só quebrou um braço. Levado para um hospital, um médico brincalhão encanou o braço e escreveu no berro: SHAZAM. Nunca mais ele quis bancar o Capitão Marvel. Inté.
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