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Crônicas
04/11/2016 - 06h57
Árvore de nuvem
Marina Alves
 

21 de setembro, dia da árvore. Era uma festa na escola. As professoras preparavam um programa inteiro de apresentações para homenagear nossa amiga “a árvore”. E a criançada, disputando um lugar ao sol, brigava para participar.

Depois de muitos ensaios, chegava finalmente o grande dia. A escola inteira se movimentava. As turmas se reuniam à sombra de uma grande e frondosa gameleira, bem ao centro do pátio externo, local de recreação.

Dava-se início ao que chamávamos “auditório”, não sei bem por que a aplicação do termo, mas eram assim nomeadas as apresentações em datas cívicas. E em tempos poucos atrativos para a meninada, “dia de auditório” era realmente dia de festa.

Os números ensaiados por todas as turmas seguiam uma ordem de apresentação. Iam dos pequeninos aos mais grandinhos, mas nas lembranças trago toda a emoção de cada uma delas. Havia cantos, danças, recitações, teatrinhos, encenações.

As comemorações para o dia da árvore mereciam um capítulo especial na escola, e tantas saudades me deixaram. Após o auditório, plantávamos sementes para acompanhá-las em seu crescimento. O hino à árvore era cantado com fervor infantil e como levávamos conosco aquela letra que mexia com nosso imaginário! “Cavemos a terra, plantemos nossa árvore / Que amiga e bondosa ela aqui nos será! / Um dia, ao voltarmos pedindo-lhe abrigo, / ou flores, ou frutos, ou sombras dará!”.

O tempo passou, o bicho-homem cresceu em seu poder de destruição tomou para si o embate contra “a árvore amiga”. Em guerra de motosserras não quer nem saber de suas flores, frutos ou sombras: valendo a lei da ganância elas tombam inertes sob as armas de seus algozes, que ignoram totalmente o “Cavemos a terra, plantemos nossa árvore”. Ou outra árvore...

Hoje, no dia da árvore rendo a ela minha homenagem... Enquanto ainda posso, pois em tempos talvez muito próximos tenhamos que nos contentar com árvores de nuvens, tão efêmeras, tão passageiras, tão ilusórias quanto as próprias nuvens...

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