Vivemos uma época mais democrática. E com menos preconceitos, também com menos injustiças, embora ainda exista muita desigualdade e miséria. Mesmo concordando com os avanços no que diz respeito à cidadania e as leis, acho que regredimos em alguns pontos. Principalmente em valores morais. Um exemplo é o sentimento da honra, a honra que um pensador, se não me engano Alfred de Musset, disse ser a poesia do dever. E outro que não recordo o nome avançou ainda mais dizendo: "Pouca coisa de perde quando não se perde a honra". Da quase falência da honra, o que mais deploro é a maldade daqueles que levam pessoas honradas a abrir mão de sua honra, mediante pressão e, não raro, chantagem. Disse Shakespeare: “Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre”. Dói, constrange, entristece e revolta constatar pessoas dignas sendo obrigadas por necessidade a renunciar a sua honra. Lembro-me do passado quando a honra era cultuada. Hoje para grande parte das pessoas ela é apenas uma besteira, um obstáculo, um atraso, admito as raras exceções, mas a honra é hoje privilégio de pessoas que são chamadas de excêntricas e reacionárias. A honra virou piada. É o fim da picada. Inté.
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