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Opinião
07/11/2016 - 07h07
Fecham-se os caixas eletrônicos
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O cidadão comum, que hoje é obrigado a viver em casa ou no trabalho sob grades de proteção, alarmes e sensores para evitar os criminosos e, nas vias públicas, sofre com a ousadia de ladrões que os despojam de seus bens, inclusive de veículos, agora também é privado do serviço bancário. Para evitar os assaltos, arrombamentos e explosões, as instituições restringem o horário de funcionamento dos seus caixas eletrônicos. Isso já vinha acontecendo com bancos privados, que suspenderam o auto-atendimento nos feriados e fins de semana, mas agora o Banco do Brasil acaba de anunciar que, a partir do próximo dia 28, suas agências de Bauru (SP) fecharão os caixas eletrônicos as 18 horas e os manterão inativos também nos sábados, domingos e feriados.

O desenvolvimento da estrutura bancária absorveu uma série de serviços essenciais à população. O funcionamento 24 horas dos caixas de auto-atendimento foi um avanço para o cliente, cada dia mais atarefado. Mas a insegurança faz o caminho contrário. Primeiro foi o fechamento dos caixas às 22 horas e agora o horário vai se restringindo ainda mais. Isso sem falar que muitos estabelecimentos comerciais – postos e redes de supermercados, principalmente – já se desfizeram do caixa eletrônico diante dos ataques que proliferam, especialmente nas médias e pequenas cidades. A população é a grande perdedora em segurança e prestação de serviços.

O quadro de insegurança pública é caótico. Além dos bancos e caixas eletrônicos, as transportadoras de valores também são alvos de engenhosos e cinematográficos ataques. Quadrilhas fortemente armadas, dotadas de logística e técnica, cavam túneis, perfuram paredes reforçadas e tomam de assalto os depósitos. Hoje, além de armamento pesado, utilizam veículos blindados. A estrutura policial tradicional não é o suficiente para contê-las pois, nas cidades pequenas, antes de cometer os crimes, os ladrões metralham a sede, as viaturas e até os policiais como meio de inviabilizar sua reação.

Ao mesmo tempo em que os bancos e outros estabelecimentos restringem seus serviços, os governos precisam repensar a segurança. Aplicar os serviços de inteligência, fazer o controle de fronteiras e evitar que armas e explosivos fiquem tão disponíveis aos criminosos. Até aqui, o crime organizado tem vencido essa guerra. E o pior é que quem perde com isso é o cidadão que, a cada dia, torna-se mais prisioneiro dos recursos que o ambiente insalubre impõe para a sua segurança. A questão é mais sociológica do que policial...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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