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SEÇÃO
Crônicas
10/11/2016 - 05h37
Que situação!
Deyse Felix
 

Domingo, oito horas da manhã! - O interfone toca no meu apartamento. Atendo, era Dona Júlia, a faxineira que me presta seus serviços às sextas-feiras. Peço para subir. Mal abro a porta e ela já foi falando:

- Desculpa Dona Deyse, eu chegar a esta hora, mas preciso de um favor da senhora. Preciso que a senhora, pelo amor de Deus, me adiante o dinheiro da próxima faxina, pelo menos a metade. É que preciso ir até o Juizado de Menores para buscar minha filha. Ela foi presa e eu que sou a mãe é que tenho que ir buscar ela, retirar ela de lá. Eu nem sei bem onde é, vou pedir para o motorista do táxi me levar, ele deve saber onde é. E na volta venho de ônibus, eu me viro.

Ela falava e chorava. Pedi que se acalmasse. Sentou-se numa cadeira da cozinha. Perguntei-lhe o que havia acontecido porque eu não estava entendendo nada. Ela reiniciou:

- É que eu tenho uma vizinha que tem um bar. Essa vizinha é gente fina, uma boa mulher e deixa minha filha ficar lá. Ela apresenta minha filha para os fregueses do bar, pra ela ficar conversando com os fregueses. Mas ela não bebe não, só refrigerante. E minha vizinha contou que nem era muito tarde, um pouco mais das nove da noite, quando o Juizado chegou e deu uma batida no bar, batida não, o Juizado fez um atendimento de uma denúncia que alguém fez. Algo assim, eu não entendo bem.

Queria que explicasse melhor. Perguntei a ela:

- Dona Júlia, me explica uma coisa, se o Juizado esteve lá ontem, a menina foi encaminhada para o Juizado também ontem, como é que só hoje, domingo, a senhora ficou sabendo? E por que a tal vizinha não lhe avisou antes?

E ela continuou a sua explicação.

- É que ontem eu fui dançar e ficou muito tarde, então dormi na casa de uma colega. O salão era longe e já não passava ônibus naquela hora. A senhora vê que eu estou muito preocupada, minha menina só tem treze anos, deve estar chorando a coitadinha. Passar a noite todinha lá, sozinha, sem conhecer ninguém.

- Mas Dona Júlia, como a senhora permite que a sua filha de treze anos, menor de idade, fique num bar, conversando com os fregueses da casa?!

- Ah, eu deixo porque a senhora sabe como a vida está difícil. Assim, ela ganha um dinheirinho e isso ajuda. E eu agradeço muito a essa minha amiga. Os fregueses de lá são gente boa e eles têm grana. É uma oportunidade.

- Dona Júlia, isso é muito perigoso! - Conversa vai e conversa vem, eu conheço bem essa história de somente ficar conversando! Sua filha pode acabar ficando grávida!!

- Não Dona Deyse, não se preocupe. Ela não pega filho, não! Ela é bem fraquinha.

Dei o dinheiro para ela e pensei:

- Seja o que Deus quiser.

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