Eis o relato a respeito de uma situação vivida por uma amiga em Ubatuba, na semana passada, por ocasião de fazer a matrícula de sua filha adolescente que iniciará o Ensino Médio.

“É o seguinte: fui visitar uma escola bem falada, no centro da cidade. A secretária me acompanhou para uma visita aos espaços. Posso dizer que eles são exíguos, com uma quadra muito próxima das salas de aulas. Notei que os alunos pareciam compenetrados nas classes, em suas atividades. Isso é bom. Deu-me a impressão que há uma direção que prima pela ordem. Notei que tudo estava bem limpo, com bebedouros funcionando. Não tem sala de informática. Agora o cúmulo: ao perguntar sobre o currículo, ela explicou que tudo continua como neste ano, só não haverá mais aulas de Sociologia, de Filosofia e de Espanhol. Você acha que pode isso? Não faz a gente recordar do nosso tempo, quando os governos militares retiraram algumas disciplinas que faziam pensar mais e entender a situação vigente? A secretária somente falou que é para cortar gastos no Ensino Médio. Pode isto: escola que poderia ser um diferencial na educação de nossos filhos querer limitar as possibilidades de reflexão? Resultado: não fiz a matrícula e agora estou procurando outra escola para a minha filha estudar. Não estou certa?”

Antero Emboaba
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