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Opinião
01/12/2016 - 06h35
A corrupção e a luta dos poderes
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A inclusão, pela Câmara dos Deputados, da possibilidade de penalização de juízes, promotores, procuradores e investigadores por abuso de autoridade é, sem dúvida, uma ácida reação dos parlamentares àqueles que hoje representam uma ameaça à classe política através da Lava Jato e de investigações similares. No entanto, o que ocorre, é apenas uma luta de titãs. De um lado, o poderoso Ministério Público Federal propondo via iniciativa popular uma lei que, num momento inicial, ameaça a classe política e, de outro, os parlamentares, que são políticos, reagindo dentro de sua área de atuação institucional.

A divergência é resultado do momento conturbado da vida política e social do país. Ministério Público e Judiciário encontraram situações concretas de atuação no combate à corrupção e suas ações levaram à prisão de figurões cuja punição era inimaginável, derrubou o governo petista, processa o ex-presidente e ameaça explicitamente 150 ou mais parlamentares cujos nomes teriam sido citados em delações premiadas. Ao mesmo tempo em que os políticos reclamam de perseguição e supostas acusações sem indícios de provas, os investigadores queixam-se de entraves que a legislação impõe ao seu trabalho. Daí o surgimento da proposta das dez medidas contra a corrupção, transformadas no projeto de lei que os deputados votaram na madrugada desta quarta-feira e onde incluíram a possibilidade de punição a juízes, promotores, procuradores e investigadores.

É evidente que os membros do Judiciário e do MP não gostaram da interferência dos deputados. Mas também é certo que, se os parlamentares têm o dever de votar o texto, cabe-lhes igualmente o direito de emendá-lo. Aos insatisfeitos restam as opções de fazer gestões modificativas junto ao Senado que brevemente votará a matéria; se ainda descontente, tentar obter o veto presidencial e, na impossibilidade deste, buscar o socorro do Supremo Tribunal Federal que, por seu colegiado, dirá sobre a constitucionalidade da lei. Assim se faz o equilíbrio entre os poderes da sociedade. O injusto é que, como sugerem alguns, por conta dessa divergência entre poderes e poderosos, o povo seja insuflado a sair às ruas e fazer pressão.

Presenciamos no momento uma contenda entre os poderes constituídos. É certo que todos nós, cidadãos, queremos o combate à corrupção e a punição dos corruptos. Também queremos que ninguém seja vítima de denúncia vazia ou infundada. Discutir os limites de atuação de cada ente do poder, não é tarefa para o simples cidadão. Oxalá dessa disputa resulte no aperfeiçoamento das instituições e o país possa continuar sua saga de mudanças e seriedade administrativa e possa, distante de qualquer dúvida ou questionamento, extirpar da vida pública todos os males que nos têm atrasado ao longo das décadas. O Brasil é maior do que toda a luta e os interesses setoriais...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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