Segundo pesquisa da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) as roupas (36,9%), os celulares e smartphones (31,3%) e os calçados (30,6%) são os produtos mais comprados na Black Friday.

Muitos números para podermos afirmar que a Black Friday é uma data egoísta e por isso não substitui o Natal; na Black Friday compra-se para si, é a data que o consumidor se presenteia, que faz compra escondida no site, é uma data para realizar uma vontade. O Natal é solidário, coletivo, emotivo; compra-se pensando no outro, compra-se presenteando de dentro para fora.

No Natal o consumidor esforça-se, compra pela intenção e quanto mais intenção de compartilhar, de sociabilizar, mais se compra. Black Friday é coisa de americano: comprar por comprar. Nós compramos diferente - compramos quando nos querem vender; brasileiro não compra de verdade, brasileiro vende e para dar certo outro tem que comprar. A iniciativa é, e sempre foi à venda e não a compra. Somos um país de mascates, de lojistas e pequenas empresas e antes de tudo pensamos em vender: vender mais e melhor! Atender e fazer do nosso comércio, da nossa loja uma Sala de Estar.

No Brasil, atende-se o cliente com afeto, vende-se com afeto - até na compra online o brasileiro tira dúvida por telefone, quer ouvir uma voz, reclamar com alguém - queremos sempre comércio que tem “cheiro de bolo”. Ah, isso somos nós: vendedores que tratam os compradores com carinho e, por essas e outras, que as vendas de natal estão garantidas, o segredo é querer vender; comprar vai acontecer.

Nota do Editor: Alexandre Damasio Coelho é especialista em Direito Eleitoral pela Universidade de Brasília e em Direito Público pela ESA – OAB/SP, mestrando em Gestão Pública pela Universidade Federal do ABC, pesquisador do Instituto Solução Pública para o Diagnóstico de Políticas Inovadoras, Diretor da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo – FCDLESP.