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Opinião
15/12/2016 - 07h57
Como evitar a guerra anunciada
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

As cenas de selvageria vistas nesta terça-feira, especialmente em Brasília e São Paulo, são apenas uma demonstração da “guerra” que está por acontecer na discussão e votação da reforma da Previdência e de outras reformas que o governo diz serem imprescindíveis para o reequilíbrio econômico e o fim da recessão. Todos precisamos pensar muito e oferecer o nosso melhor para evitar que o colapso se instale e a festejada e imperfeita democracia brasileira venha a perecer.

Não basta o governo manobrar politicamente e enfiar goela abaixo da sociedade aquilo que seus tecnocratas econômicos pensam, por mais razões que tenham para assim pensar e agir. É necessário buscar a todo instante o ponto de equilíbrio entre o ideal e o possível. Antes de aprovar a qualquer preço as medidas impopulares há que se promover o diálogo franco com a sociedade, transigir naquilo que for possível e, por outro lado, não descuidar do papel de Estado, mantendo a segurança pública e impedindo a prática do vandalismo que, infelizmente, tem se infiltrado às manifestações, travestido de ato reivindicatório.

O Estado, pelas suas forças institucionais, tem de agir para manter o controle da situação. Não pode simplesmente mandar a polícia enfrentar os manifestantes e, depois do confronto, libertar os detidos por prática de excessos como se nada tivesse acontecido. É preciso agir antes do acontecimento e, na medida do possível, através de negociação com as lideranças dos divergentes de forma a evitar o confronto.

Michel Temer e sua equipe deveriam partir para o diálogo sincero com a sociedade, mostrando claramente que reformas profundas e urgentes precisam ser feitas, mas em vez de impor as medidas, obtê-las via negociação, mesmo sabendo que há uma minoria que jamais concordará com o que quer que seja. Esta minoria, pela regra democrática, terá de se curvar à maioria, pura e simplesmente. Data vênia, doutor Temer, mudar a regra de aposentadoria, especialmente a idade em que ela ocorrerá, é algo que pode enlouquecer todos os brasileiros. Talvez, em vez disso, fosse melhor tirar todos os penduricalhos e privilégios de alguns que na verdade são muitos e não mexer tanto no tempo de atividade da massa trabalhadora. Importante retirar da Previdência e honrar pelo Tesouro os proventos de todos aqueles que não contribuíram e um dia foram indevidamente pendurados na folha do INSS. Outra coisa que poderá se fazer, também para salvar a Previdência, é o cálculo atuarial dos recursos que no passado o governo investiu em obras – Transamazônica, hidrelétricas e outros – e devolvê-los ao bolo de custeio das aposentadorias.

As reformas são necessárias, poucos o negam. Mas se não forem devidamente negociadas e convalidadas pela sociedade, com toda a certeza, levarão ao caos e ninguém, em sã consciência, pode prever como terminarão...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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