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Opinião
17/12/2016 - 07h58
Dardos e flechas perdidas
Dartagnan da Silva Zanela
 

Dardo 01 - Governo forte é uma tranqueira apenas desejada por almas moralmente fracas.

Dardo 02 – Um claro sinal de nossa decadência é quando passa a imperar em nossa alma um desejo irascível de querer que os outros realizem por nós aquilo que nem mesmo nós almejamos fazer em benefício próprio.

Dardo 03 – Perguntar não ofende. Quer dizer, não sei, haja vista que vivemos hoje numa sociedade que cultiva o mimimi como sendo uma espécie de virtude (depre)cívica. Enfim, seja como for, vamos à pergunta: se um caipora não se preocupa em melhorar, em corrigir-se, em ser prestativo, porque os outros – sejam esses outros pessoas próximas a ele ou apenas ilustres desconhecidos - devem fazer por ele o que nem mesmo o caipora faz por si?

Dardo 04 – Quanto mais o politicamente correto policia as palavras que dizemos, quanto mais essa tranqueira fica a especular e a sondar nossos pensamentos e sentimentos para discipliná-los, enquadrá-los nas forminhas deformantes da ideologia tacanha reinante, mais nos tornamos criaturas insensíveis à realidade, mais e mais nos assemelhamos a autômatos mutilados.

Dardo 05 – Os defensores da memória do finado ditador Fidel Castro, juntamente com a turminha que tenta colocar panos quentes em suas covardes atrocidades, nos brindam com cristalinos exemplos do que significa, em termos morais e cognitivos, a perda do senso das proporções.

Dardo 06 – Ser conservador não significa, de modo algum, defender o engessamento da sociedade num tradicionalismo vazio e estéril; ser conservador não é sinônimo da perpetuação as injustiças que reinam sobre nosso país. Não mesmo. Ser conservador é, antes de qualquer coisa, labutar pela preservação de determinados princípios universais que, sem os quais, a sociedade perde todo o seu dinamismo e as injustiças florescem e aviltam a dignidade humana.

Dardo 07 – Tem muita gente que, quando jovem, devido à insensatez e intemperança típicas dessa idade, acaba defendendo algumas ideias absurdas e se apegam a elas como se as ditas cujas fossem a sua segunda pele.

Os anos passam e, mesmo tudo indicando que aquilo tudo é uma absurdidade só, elas continuam apegadas irascivelmente a elas, pois, não conseguem renegá-las.

E, não as renegam, por certa dose de orgulho e, em grande medida, porque abjurá-las significaria negar parte de quem elas são e, para disfarçar tamanho papelão existencial, essas alminhas sebosas estufam o peito e dizem que assim procedem por serem pessoinhas coerentes. Bem coerentes.

Sim, e de fato são. Coerentes com o engano, com a vaidade, com o erro, com a negação da verdade.

Por essas e outras que Nosso Senhor Jesus Cristo disse que, se um de nossos olhos fosse causa de escândalo era preferível arrancá-lo que ficar com ele; que era preferível entrar no reino da Verdade [dos Céus] com um só olho do que danar-se eternamente no Tártaro flamejante do engano e na mentira existencial.

Dardo 08 – Quando procuramos incansavelmente encontrar alguém, ou algo, para arcar com nossas responsabilidades é porque, simplesmente, estamos preferindo nos infantilizar com o passar dos anos ao invés de aceitarmos o fardo da idade.

Aceitar o dito cujo é o que os antigos chamavam de madureza.

E tem outra: chamar esse mimimi deprimente que hoje impera em nossas terras de manifestação de, como dizem, “responsabilidade” cidadã, é um claro sinal da decadência de nossa época que está em franca, gradual e contínua putrefação moral.

De mais a mais, tal degradação nada mais é que a consequência lógica desse desarrazoado mimar sem fim que se apresenta diuturnamente fantasiado de educação crítica. E põem crítica nisso.

Dardo 09 – A manifestação mais cabal do desespero duma alma vazia é a tagarelice incessante. Para muitos, essa é a única forma de conseguir escamotear essa decadente situação. Imaginam que falando sem cessar irão disfarçar o nada que há no âmago de seu ser.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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