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Opinião
07/01/2017 - 07h34
Os prefeitos e o estelionato eleitoral
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Os novos prefeitos tomaram posse pensando “naquilo”: economizar. Isso porque a arrecadação própria e os repasses federais e estaduais para as prefeituras registraram grande queda nos últimos anos – fruto da crise econômica e política – levando muitos prefeitos a não conseguirem fechar as contas de 2016. Além das prefeituras, os governos de 14 estados vivem a crise financeira e – Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul - já decretaram calamidade por não terem com que saldar seus compromissos, entre eles o salário do funcionalismo. De sua parte, o governo federal faz todos os esforços para conter as despesas e realizar reformas que minimizem o déficit incontrolável.

O modelo de economia pública adotado pelos governos militares, que centralizou na União a maior parte da arrecadação tributária e passou a devolver uma parte aos estados e municípios através dos fundos de participação, teve como motivo declarado o combate à corrupção. Com o passar do tempo, no entanto, o propósito se perdeu quando estados e municípios pressionaram politicamente e se endividaram – com o aval da União – além de suas capacidades. Subsidiariamente, vimos que a União também não era imune à corrupção. O resultado é o que temos hoje: as três esferas do poder – federal, estadual e municipal – em dificuldades para cumprir seus compromissos, apesar de o país ser detentores de uma das maiores cargas tributárias do mundo.

Durante décadas ocorreu a farra com o dinheiro público, executou-se obras desnecessárias e muitas vezes superfaturadas. Agora chegamos à dura hora de pagar a conta, mas os entes devedores não têm com que pagar. Portanto, é preciso cortar na própria carne.

Além de eliminar despesas dispensáveis – milhares de cargos comissionados ou apadrinhados, gastos com cartões, viagens e outros – os administradores públicos precisam encontrar uma forma mais sustentável de dividir o bolo da arrecadação. Há muito tempo reclama-se que a União fica com a parte do leão e estados e municípios vivem em déficit. Considerando-se que, como já dizia Franco Montoro, todos vivemos no município (não no estado e nem na União), precisamos de uma reforma que garanta ao município a arrecadação daquilo que seja o suficiente para a prestação dos serviços as tarefas normativas e de controle, o que lhes permitiria serem infinitamente menores e menos gastadores do que atualmente.

Apesar de todas as dificuldades, que são reais e preocupantes, os prefeitos não podem usá-las como desculpas para descumprir o que prometeram em campanha. Muitos deles só ganharam a eleição porque convenceram o eleitor de que tinham a solução para os problemas do município. Da mesma forma ocorre com os governadores e até com o presidente da República que, quando candidatos, já sabiam da crise. Agora só lhes resta a opção de trabalhar. Qualquer desculpa soaria como verdadeiro estelionato eleitoral...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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