Outro dia, meu amigo Chico Chicão disse que, há umas décadas, quando estava numa condução, e que esta iria levar uma hora para chegar ao destino, aproveitava o momento para ler, pois sempre portava um livro. Acrescentou que hoje nunca vê ninguém lendo. Pensei: É uma pura verdade! - Lembrei que outro dia eu estava conversando com alguns colegas, sobre o gosto de ler este ou aquele livro. Na conversa cada um contava o que havia lido, e nós comentávamos sobre o assunto e trocávamos ideias. Um colega disse que era gamado num certo autor, e já havia lido todos os livros que ele havia escrito até então. Eu caí na bobagem de dizer que era privilegiada, pois no mínimo já havia lido dois mil livros. Uma moça que nos escutava falou com os olhos arregalados: Dois mil livros! Para quê? – Eu respondi com um leve sorriso nos lábios: Sabe que eu não sei? – Analisei o que ela perguntou: Para quê? - Se ela tivesse perguntado o porquê, eu poderia até ter inventado que trabalhava numa biblioteca e tinha muitos livros à mão. - E tenho um outro absurdo que posso acrescentar. Há alguns meses encontrei uma conhecida que estava para prestar um concurso. Ela me contou que não gosta de ler e tem que ler Dom Casmurro, para se preparar para o tal concurso. Disse que estava achando uma chatice, que o modo da escrita é todo enrolado, e que não estava entendendo nada, um horror! – Por hoje é só.