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Opinião
25/01/2017 - 07h10
Elementos da teoria da decisão
José Pio Martins
 

A propósito do fim do ano de 2016 (terrível na política e na economia) e com o ano de 2017 (com esperanças de que as coisas melhorem), participei de conversa sobre uma pergunta: quais as melhores decisões que nós podemos tomar para melhorar nossa vida? Para provocar, lancei uma segunda pergunta: quais elementos determinam nossa tomada de decisão?

Falávamos de vida pessoal, trabalho, carreira, aposentadoria e outras preocupações sobre nós e nossas famílias. Propus a questão seguinte: por que, diante do mesmo quadro econômico, político e social, pessoas tomam decisões tão diferentes? Umas tomam boas decisões e vão em frente; outras tomam as decisões mais disparatadas e sofrem um bocado com as consequências.

Em um curso de Filosofia, o professor Cosme Massi nos ensinou na primeira aula que o ser humano traz em si três faculdades essenciais: a faculdade de pensar, a de sentir e a de querer. Na ação humana, essas três faculdades (definidas como a capacidade natural ou adquirida de fazer algo) se manifestam por meio da razão, do sentimento (experimentar sensações) e da vontade. São elas que, na vida pessoal e no trabalho, determinam as diferenças de decisões e de atitudes entre os indivíduos.

Observando o mundo das organizações e os rumos que lhe são dados por seus executivos – e isso também é válido para os governantes das nações –, as diferenças entre o sucesso e o fracasso, os erros e os acertos, estão nas diferenças quanto à forma de pensar (razão), de sentir (emoção) e de querer (vontade) de seus líderes. Isso, mais que toda técnica, é que determina as ações humanas e as decisões que tomamos.

Podemos dizer que o pensar e o querer são faculdades intrínsecas ao homem, no sentido de que estão dentro dele e acontecem a partir dele. Já a faculdade de sentir depende de algo vindo do exterior ao homem, e acontece nele. O sentir surge no indivíduo, independentemente do pensar. É famosa a frase de Pascal “o coração tem razões [motivos] que a própria razão [pensamento] desconhece”. Sim, é normal, pois são domínios diferentes no ser humano.

É comum um pai desesperar-se por não conseguir convencer o filho de um argumento óbvio ou não conseguir fazer que ele mude um comportamento ruim. No mais das vezes, isso ocorre porque o pensar, o sentir e o querer são diferentes no pai e no filho. O resultado é que eles divergem... e brigam. No mundo do dinheiro, principalmente na ciência dos investimentos, pessoas igualmente preparadas tomam decisões diferentes e têm comportamentos desiguais. Umas progridem e enriquecem, outras vão à falência. O problema não é a técnica, é a forma de pensar, sentir e querer.

Quando alguém pede conselhos sobre onde e como investir seu dinheiro, minha reação é devolver algumas perguntas. Quem é você? O que você pensa? Qual sua postura de vida diante do dinheiro? Quais seus hábitos de consumo? Qual sua visão da vida e da velhice? Não há um plano financeiro igual para todas as pessoas. As estratégias e as decisões de investimento devem considerar as diferenças individuais.

Há pessoas que têm verdadeiro pavor diante de riscos e incertezas. Outras não conseguem fugir de impulsos consumistas e não conseguem poupar. E por aí vai. No Templo de Delfos, na Grécia, há uma frase sábia: “Conhece a ti mesmo e conhecerás todo o universo e os deuses, porque se o que procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não acharás em lugar algum”. Em resumo: “sua vida, seu dinheiro”. Essa é a questão.


Nota do Editor: José Pio Martins, economista, é reitor da Universidade Positivo.

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