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Opinião
03/02/2017 - 06h58
O combate à pichação
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A cruzada que o prefeito de São Paulo, João Dória Jr. (PSDB) iniciou contra as pichações pode ser o começo de um movimento nacional para o desemporcalhamento da paisagem em todos os quadrantes. O rabiscar das paredes e muros, antes usados para fins de luta política, tornou-se lazer. Verdadeiras gangues se formaram para cometer a transgressão que polui o visual e causa grandes prejuízos ao patrimônio público e privado. A prática tornou-se, com o passar do tempo, uma disputa onde seus adeptos procuram deixar suas marcas em locais de difícil acesso, como o alto das construções. Isso já custou a saúde e até a vida de muitos deles, que acabaram sofrendo grandes quedas.

Síndicos, administradores e até as polícias tentaram, ao longo do tempo, combater as pichações. Mas o falso conceito de liberdade criado e ainda vigente em nosso país tornou atarefa inviável, pois nem os crimes de maior potencial têm recebido punição. O resultado é a pichação por todos os lados e, até, a formação corporativa dos pichadores, que reivindicam a condição social de artistas. A eles juntam-se os ativistas da liberdade anárquica e não há imóvel que permaneça nas condições em que foi concebido.

A ação da Prefeitura de São Paulo, lastreada nas posturas municipais, é algo novo. Principalmente quando faz distinção entre o que é pichação e o que é arte e sua conservação, e se dispõe a criar espaços onde os artistas possam desenvolver sua atividade e contribuir com o embelezamento sem agredir a arquitetura urbana. O prefeito adotou essa diretriz e promete ação policial sobre os que insistirem em continuar pichando. Mais do que isso, seria importante tentar a conscientização e reservar o uso da força só se o caminho do entendimento se mostrasse inviável. É preciso chamar a atenção para a conservação ambiental, inclusive das fachadas dos imóveis públicos e privados e acabar com o lixo a elas agregado por lazer, rebeldia ou qualquer tipo de sentimento ou ativismo.

As pichações – a maioria delas grotescas – existem em praticamente todas as cidades brasileiras. São frutos do período da liberdade sem responsabilidade que, de certa forma, nos trouxe ao caos hoje vivido. Uma das reformas cabíveis dentro da obra de reconstrução nacional que hoje se ensaia, deve ser a de conscientizar a população e os pichadores e fazer com que mudem a postura para, em vez de agredir a paisagem urbana, passar a preservá-la em favor da salubridade do ambiente em que vivemos.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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