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Opinião
28/02/2017 - 05h41
A ferrovia abandonada e o trem de média velocidade
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Depois do fiasco do trem-bala, que ligaria Campinas ao Rio de Janeiro, os governos federal e estaduais de São Paulo e Goiás projetam o trem e média velocidade – para circular em velocidades de 160 a 180 quilômetros por hora - entre Brasília e Goiânia e São Paulo e Americana, podendo o projeto paulista estender-se também para as regiões do Vale do Paraíba, Baixada Santista e Sorocaba. Seria um meio de evitar que as estradas se saturassem em razão de praticamente toda a movimentação de passageiros se realizar pelo modal rodoviário. A preocupação tem lógica, porém não é justo ignorar que São Paulo possui hoje uma extensa malha ferroviária – que no passado já foi exemplar, fundamental e indutora da criação e desenvolvimento de muitos municípios – entregue ao abandono e que, além de não cumprir uma finalidade, traz problemas às localidades que no passado fez surgir em lugar do sertão.

Desde sua instalação, na virada dos séculos 19 e 20, até sua total encampação pelo governo nos anos 60, a ferrovia foi o principal meio de transporte do interior paulista e dos outros estados que dispunham dos trilhos. Transportava passageiros e cargas e com seus serviços e renda, alavancava a economia local. A irresponsabilidade de sucessivos governos que, cedendo a pressões trabalhistas, ideológicas e econômicas, sucatearam o sistema, o trazendo-o à insolvência. Os arrendamentos ineficientes para a iniciativa privada que hoje opera porcamente as linhas e a denunciada opção pelo rodoviarismo, nos conduziu ao quadro atual de estações-fantasmas, oficinas ferroviárias em ruínas e diversos “cemitérios” de locomotivas e vagões espalhados pelo interior.

Seria muito interessante que o presidente Michel Temer, seus ministros e os governadores Geraldo Alckmin e Marconi Perilo, ao lado do sonho do trem de média velocidade, para os quais ainda precisarão buscar o dinheiro a investir, cuidassem da revitalização da malha ferroviária das antigas ferrovias Paulista, Sorocabana, Mogiana, Araraquarense e outras, que atualmente nada produzem mas causam muitos problemas para os municípios onde estão seus trilhos, estações e armazéns e outras instalações abandonadas. É um grande patrimônio investido ao longo de décadas, que merece respeito e utilização. Por conta das negociações de dívidas, as antigas ferrovias estaduais paulistas pertencem hoje à União e integram diferentes projetos de intermodalidade de transportes que, para funcionar, precisam do trem em operação. Pensem nisso...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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