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Opinião
02/03/2017 - 05h54
Carnaval com camisinha
Percival Puggina
 

Por estimular comportamento de risco, causaria escândalo uma campanha publicitária que induzisse as pessoas a fumarem com filtro e piteira, ou a curtirem a velocidade usando cinto de segurança, ou ainda a se bronzearem das 10 às 14 horas com filtro protetor. Mesmo sabendo que muitos fumam, correm e se deixam torrar, a orientação se faz, corretamente, no sentido de não fumar, de respeitar os limites de velocidade e de não se expor ao sol a pino.

Indago: não é exatamente o inverso disso o que acontece no período de Carnaval com as tais campanhas de prevenção à Aids? Nesta época do ano, sistematicamente, são exibidas peças com veiculação nacional oficializando o Carnaval como a festa do sexo com camisinha.

Todos sabemos que as coisas não são generalizadamente assim. A maioria das pessoas ainda vai aos bailes de carnaval, nos clubes e nos eventos de rua, nas pequenas e grandes cidades, no meio urbano e rural, para se divertir, dançar, pular e extravasar alegria de modo sadio. O fato de haver lugares onde as coisas adquirem outro sentido não altera o fato de que a orientação à sociedade deve ser dada no sentido positivo e não no sentido negativo.

Em nome da saúde pública, tomar a exceção por regra, promover o Carnaval como a grande e desbragada orgia sexual do país, passar recibo à conduta promíscua e estimular comportamentos que entre outros efeitos colocam sob risco a própria saúde pública é tropeçar na escada da moral e do bom senso. É fazer um furo no casco do navio, abaixo da linha d’água, jogar salva-vidas ao mar e anunciar que se está zelando pelas vítimas.

Há em tais campanhas, por outro lado, um poderoso e visível efeito demonstração e resulta fácil entender e perceber suas conseqüências ao longo do tempo. O Carnaval acabará se convertendo naquilo que se insiste em proclamar que ele é.


Nota do Editor: Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

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