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Crônicas
05/03/2017 - 06h26
As cinzas da quarta-feira
Damião Ramos Cavalcanti
 

Há quem, na quarta-feira de cinza, cantando que ela “chega tão depressa, só pra contrariar”, chore o fim do carnaval porque, com ele, acabam-se a folia, o disfarce, a liberação maior do sexo, os descomedimentos, as simulações, as dissimulações e parte das irresponsabilidades. Terça-feira passada, três vezes escutei: “Vai voltar tudo de novo”, o que quer dizer também enfrentar novamente preocupações e trabalho, mesmo que alguns continuem indiferentes a essas duas duras realidades...

Há também quem, supervalorizando a produção, não chore porque só conta os dias úteis e os seus ganhos, motivação que se hipertrofiou ao lucro e que enfada qualquer “dia santo” ou feriado. Discordo de tais excessos: Assim como esses hiperativos têm suas festas, batizados, casamentos e aniversários, a coletividade carece de suas comemorações para enaltecer pessoas e fatos que representaram e representam exemplo de vida cristã, cívica ou cidadã, datas que se consagram até por martírio ou heroísmo. Esses dias também são, sociologicamente, lazer: Mérito de quem goza as consequências do trabalho; repouso necessário à suficiência do trabalho para viver e não viver exclusivamente para trabalhar.

Mas, as cinzas materializam o fim daquilo queimado pelo fogo, daquilo de que ele tirou o último resquício de vida. Não é por menos que, nos sepultamentos, recorda-se a crucial admoestação: “Lembra-te, homem, que tu és pó e ao pó tu haverás de tornar” (Memento, homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris, Gn 3, 19); o que também é dito na liturgia da quarta-feira, quando o Bispo desenha com cinza uma cruz na sua testa. Essa cinza não simboliza a quarta-feira, mas a cinza de todas as quartas-feiras, de todos os dias, do que restou e do que restará da vida.

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