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Opinião
24/03/2017 - 06h00
`As instituições´
Montserrat Martins
 

Sabe aquela guerra de torcidas xingando o juiz, para que ele não roube do seu time, mas sem se importar se ele for injusto a seu favor? No nosso clima de “país do futebol”, a maioria dos participantes das redes sociais torce pelo seu “time” político e aparentemente não acredita que “as instituições funcionem” a não ser se forem pressionadas, ideologicamente, a fiscalizar com máximo rigor os seus adversários políticos e a “largar do pé” do time que você gosta.

“Que as instituições funcionem” é a fala menos sincera do mundo, sendo dita por todos, enquanto cada partido trabalha nos bastidores para que elas só funcionem contra os outros. As instituições democráticas incluem Polícia Federal, Judiciário, Ministério Público, Procuradoria–Geral da República (Chefia do MPF), enfim todas que você está vendo no noticiário sobre o combate à corrupção.

Um post nas redes sociais diz que “não tenho corruptos de estimação”, mas no atual clima polarizado entre “direita” x “esquerda”, poucas pessoas dão tratamento igual às denúncias contra uns ou contra outros, seja na grande mídia ou nas páginas pessoais como as do Facebook.

Para que “as instituições funcionem” de modo imparcial é importante evoluirmos para uma cultura política com “espírito republicano”, conceito que se refere à “coisa pública” (res publica). Ou seja, à compreensão de que o Estado não é “propriedade” do governo nem dos partidos políticos, mas sim de todos nós, o Estado tem uma função pública, de servir a toda a sociedade.

Temos agora a “lista do Janot” (da PGR), as listas das operações da PF, as das delações premiadas (especialmente da Odebrecht), as listas que estão para serem liberadas do sigilo no STF, enfim, listas e mais listas de políticos denunciados por corrupção, de quase todos os partidos.

O caráter “democrático” destas listas está em serem abrangentes, com a presença de líderes ditos “de direita” ou “de esquerda”, indistintamente de sua ideologia, mas vinculados a fatos concretos que os tornam suspeitos. Incluem o Presidente da República, do PMDB, inúmeros Ministros, de partidos aliados, e os Presidentes e presidenciáveis mais votados nas últimas duas décadas, tanto do PT quanto do PSDB.

Se déssemos valor às nossas instituições democráticas era para estarmos comemorando, no sentido de que nada mais passa desapercebido, de que todos tem contas a prestar com a sociedade. Mas, a julgar pelas redes sociais, estamos mais ocupados torcendo para livrarem os políticos do nosso “time” e condenarem os do outro “time”.

Ideologia é fundamental, mas o espírito republicano também.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do Portal EcoDebate, é médico psiquiatra, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e ex–presidente do IGS – Instituto Gaúcho da Sustentabilidade. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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