O abuso de álcool, como se sabe, cria problemas e sofrimentos, com um altíssimo custo social. O uso crônico leva a uma degradação física e moral, provocando, na falta do produto, uma síndrome de abstinência violenta. Ele pode levar à morte (por coma alcoólico ou por complicações orgânicas, como a cirrose). Instiga com freqüência a violência e acidentes, bem como absenteísmo no trabalho. O uso de drogas é um problema mundial que requer soluções baseadas em um diálogo aberto entre a comunidade e quem precisa de tratamento e recuperação. Nessa linha de raciocínio, surgiram na Internet vários sites que se dedicam ao tema. Eles abrigam desde grupos de discussões sobre o assunto até informações sobre o processo de desintoxicação em clínicas especializadas. Embora com pontos de vista diferentes, os sites partem de um princípio comum: para se livrar do vício, o usuário de entorpecentes precisa ter consciência do problema que está enfrentando e o desejo de se livrar dele. Admitir a dependência é um bom começo, depois de dar a volta por cima o alcoolista recuperado Luiz Antônio da Cruz decidiu criar um veículo onde pudesse tentar ajudar outras pessoas que passam pelas mesmas situações por ele enfrentadas: a impotência diante do vício. O resultado foi a criação do site http://www.alcoolismo.com.br uma página onde o assunto é abordado, de forma séria, em depoimentos de quem convive com o problema, reportagens e listas de discussão. O site fala ainda sobre os efeitos e seqüelas não apenas do uso de bebidas alcoólicas, mas também de outras drogas como o crack, a maconha, solventes e o cigarro, e traz links para diversos outros sites sobre o assunto. Contém ainda um relato emocionante, como se tornou um viciado em álcool e conseguiu estacionar a doença. Curiosamente, segundo ele, a maioria dos participantes do site são familiares de pessoas viciadas. Ou pelo menos se apresenta como tal. Ter um dependente de álcool na família fatalmente acarreta na desestruturação do lar. Brigas, improdutividade, vergonha. Não é diferente com pessoas que têm um filho ou o marido dependente de drogas. Mentiras, falta de diálogo, agressões. Os números do álcool são assustadores. Segundo uma pesquisa realizada por um Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, 15% da população brasileira sofre de alcoolismo. A bebida faz parte de qualquer encontro social e não é difícil conhecer alguém que sinta dependência do álcool. Por mais que as pessoas bebam socialmente, em média, uma pessoa é considerada alcoolizada após ingerir duas doses de bebidas destiladas ou até mesmo duas latas de cerveja. No entanto, quem não consegue controlar o desejo de beber acaba por prejudicar a família e sofrer por não conseguir dominar a dependência. O alcoolista apresenta comportamentos típicos. Está sempre com o copo na mão, não deixando de brincar com o gelo, dorme pouco, é impaciente e se isola, conversando apenas com quem bebe. Além disso, sofre com os lapsos de memória, já que não se lembra do que fez enquanto estava sob os efeitos do álcool.
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