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Opinião
20/04/2017 - 07h04
Acesso à universidade e populismo
Fernando Rizzolo
 

É interessante observar que, diante das dificuldades econômicas de um país, quanto maiores elas forem, maior será o sonho dos jovens em se preparar para ingressar no mercado de trabalho, ou seja, quanto menos emprego, mais sonho. E é exatamente ao nos depararmos com essa condição natural, como o é a ascensão social, que surgem ideias e programas eleitoreiros, para não dizer traiçoeiros. Um exemplo disso foi o famoso Financiamento Estudantil (FIES), que o petismo implementou e em cujas contas uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) descobriu um rombo estimado em R$ 20 bilhões entre os anos de 2009 e 2015, cifra que coloca em xeque um dos principais programas do Ministério da Educação.

Como estamos diante de uma condição assombrosa de corrupção no Brasil, descobrindo que não há mais nenhum partido político sério, uma vez que a maioria dos políticos brasileiros está sob suspeição, já não temos a certeza de que determinados setores, por “pretextos sociais”, estejam sendo poupados, como ocorreu com a indústria automobilística, entre outras. A grande verdade é que, em vez de o governo, já desprestigiado, desacreditado, se preocupar, por exemplo, com a reforma da previdência, que poupa servidores públicos e forma castas sociais no país, poupa também essa farra da gastança chamada FIES, visando a agradar o poderoso lobby das universidades, pois o maior beneficiário desse programa – por meio do qual as mensalidades se tornam “lucro certo” vindo do Tesouro Nacional, cujo custo global só em 2016 chegou a R$ 32,2 bilhões – são os grandes grupos universitários internacionais e nacionais, que transformaram o sonho do pobre em ser “doutor” num rombo de 20 bilhões, como apurado pelo TCU.

A saída para estancar tal sangria seria acabar de vez com o Programa, que parece estar fora de controle contábil, e repensar um novo projeto de viabilização do acesso dos jovens carentes à universidade, aumentando o número de vagas nas universidades federais e estaduais, construindo novas universidades públicas e evitando o comprometimento do erário, pois, diante da forte inadimplência desse programa ilusório e mercantilista, quem perde é o país e quem ganha são os comerciantes da educação.

É mister salientar que nem sempre a presença do Estado em alguns setores é ruim, pois pior, a meu ver, são as manobras educacionais políticas que punem os mais carentes, aproveitando-se do sonho de uma vida melhor, num país com altas taxas de desemprego. Infelizmente, no Brasil, vender sonhos impossíveis ainda é a melhor forma de negócio... Aliás, diga-se de passagem, um ótimo negócio.


Nota do Editor: Fernando Rizzolo (www.blogdorizzolo.com.br) é advogado, jornalista, mestre em Direitos Fundamentais.

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