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Opinião
28/04/2017 - 06h16
A greve geral (?)
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Está chamada para esta sexta-feira (28-04) a greve geral promovida por oito centrais sindicais, que esperam conseguir a maior paralisação no país, em protesto às reformas da previdência e trabalhista e à lei de terceirização. Sindicalistas esperam adesão superior à de 1986, quando os trabalhadores fizeram aquela que é considerada a maior greve até hoje registrada no país, para protestar contra o Plano Cruzado e o governo José Sarney. Anuncia-se que, além dos servidores públicos e de áreas essenciais concessionadas, também vão aderir os professores de escolas particulares e empregados de outros ramos privados.

Para os sindicalistas, a paralisação se faz necessária porque o governo Temer, que se esforça para aprovar as reformas no Congresso, age de forma mais incisiva até do que era feito no tempo da ditadura. O componente novo que agora se apresenta é a adesão da iniciativa privada. Diferente dos servidores públicos – notadamente os da Educação e da Saúde, que ficam longos períodos sem trabalhar e acabam ganhando ou no máximo compensando os dias parados - os da empresa particular certamente terão a parada descontada de seus holerites pois, na prática, sem produzir as empregadoras não têm renda para pagar salários.

Embora leve o nome “geral”, dificilmente a greve alcançará esse nível. A tendência é termos a repetição do de sempre e transtornos causados pelos bloqueios de vias públicas e pela adesão de trabalhadores do sistema de transporte. O que menos se deverá contar é a vontade do trabalhador protestar, pois ele não acredita no governo e nem em suas representações classistas mais preocupadas em fazer política partidária do que defender a classe.

Nos países adiantados, a greve é o último recurso. Antes dela, os trabalhadores, pelos seus representantes ou diretamente, levam as reivindicações a quem possa atendê-las. Não obtendo resultado, mobilizam-se em atos de protesto e só depois disso param de trabalhar. Via de regra, conseguem negociar e evitar a parada. No Brasil, mercê dos governos fracos, demagogos e irresponsáveis, o grevismo se alastrou no serviço público e agora ameaça avançar pela iniciativa privada. É importante que cada ator desse teatro cumpra com seus deveres para dessa forma poderem pugnar pelos direitos. No atual estado de coisas, no entanto, isso parece ser pedir demais.

Espera-se que a dita greve geral seja um movimento ordeiro e, com isso, possa ter ouvidas suas reivindicações. Que o governo seja sensível ao que pensam os trabalhadores e a população não seja, como tantas vezes, a grande prejudicada pela falta de serviços essenciais e até no seu direito de ir e vir...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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