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Opinião
03/05/2017 - 06h39
Greve geral, não. Luta por privilégios
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A mobilização da sexta-feira (28/04), que os organizadores pretendiam ser uma greve geral, não passou de uma rebelião de sindicatos preocupados com seus privilégios. Mais do que a anunciada luta contra as reformas trabalhista e previdenciária, as entidades foram às ruas para tentar manter a contribuição sindical compulsória, que obriga todo trabalhador, sindicalizado ou não, a destinar aos sindicatos os ganhos de um dia de trabalho por ano. Outro motivo é a negociação direta entre patrões e empregados, que torna desnecessários e até inúteis os sindicatos. Paradoxalmente, usaram o dinheiro do trabalhador para ir às ruas defender aquilo que interessa só aos sindicatos e não ao trabalhador, que só paga a conta, muitas vezes sem saber a quem.

A contribuição compulsória é carreada aos sindicatos desde 1943. Portanto, trata-se de um entulho da ditadura Vargas que até agora ninguém havia ousado eliminar. Pelo contrário, em 2008, o presidente Lula, oriundo do meio sindical, mandou repartir o bolo também com as centrais sindicais, exatamente as mesmas que foram às ruas na última sexta-feira. Ainda mais: toda essa montanha de dinheiro – mais de R$ 3 bilhões por ano – não é passível de prestação de contas porque entendem os burocratas da república sindical em que foi transformado o Brasil que fazer o sindicato prestar contas seria inconstitucional e feriria o direito de autogestão.

Por conta do dinheiro fácil, o Brasil possui hoje 16.293 sindicatos, sendo o país que com o maior número deles em todo o mundo. Os outros países com maior número de entidades sindicais são África do Sul com 191, Reino Unido 168, Dinamarca 164, Estados Unidos 130 e Argentina 91. Sensível diferença...

Nada contra a liberdade sindical e o direito dos trabalhadores se reunirem em entidades de classe. Desde que mantenham o seu custeio e, como mantenedores, delas participem e se interessem pelo seu destino e pelos serviços que prestam à classe. Da forma que se desenvolveram no Brasil, os sindicatos não passam de braços manipulados ora pelo governo ora pelos partidos de esquerda que acabam negociando com o governo. O que menos conta é o interesse da classe trabalhadora, que só dá o nome para legitimar a existência das entidades.

Se querem consertar o país, o governo e o Senado não devem transigir em relação à contribuição sindical compulsória, já eliminada no projeto aprovado pela Câmara dos Deputados e a outros itens que libertam o trabalhador da escravidão sindical. Com isso, só sobreviverá o sindicato que realmente presta serviços e respeita os interesses dos seus filiados. Desaparecerão os aparelhos políticos e quem quiser fazer política partidária terá, a partir de então, de fazê-lo através dos partidos que, a exemplo dos sindicatos, também deveriam ter vida econômica própria, sem receber os polpudos recursos do Fundo Partidário mantido pelo dinheiro público. 


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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