O ser humano perdeu a visão do significado e propósito da vida; enveredou pela via material como se fosse única, esquecendo-se da alma que precisa e deve atuar beneficiadoramente com a colaboração do cérebro que quer dominar e impor a sua vontade. Para que a verdadeira inteligência emocional possa atuar, a alma e o cérebro têm de trabalhar em conjunto, com a alma guiando e o cérebro executando. Os jovens têm muitas qualidades, mas no século 21 estão sendo direcionados para agir como as máquinas de inteligência artificial sem alma, reduzindo a si mesmos e a sua dimensão humana. O cérebro não controlado pelo eu interior nega-se a ser o instrumento a serviço do querer da alma consciente, que hoje se encontra algemada e precisa ser despertada para atuação consciente. O grande problema no relacionamento humano está no cérebro que não quer trabalhar em conjunto com a alma. Pessoas que se alegram espontaneamente ao se encontrarem, se beneficiam mutuamente, pois a alegria provém da alma. O cérebro sem alma se torna dominante devido à sua restrição egoística presa ao tempo-espaço. A força dos pensamentos e das palavras tem de ser utilizada para o bem. A esperança deve se fundamentar sobre propósitos benéficos. A adolescência é a fase mais importante da vida, pois nela se define o preparo para o futuro do indivíduo e da coletividade, mas não está sendo tratada adequadamente pela sociedade. Os indivíduos têm de ser fortes e independentes, e bem preparados para a vida para agir de forma construtiva. O escritor Abdruschin explica no livro A Mensagem do Graal, O ser humano e seu livre arbítrio a importância dessa fase quando o espírito é ligado à força sexual para atuar na matéria. Nesses anos melancólicos e sonhadores, a juventude pressente a dor do mundo e percebe um poderoso impulso natural para cima, para o que é ideal, belo e puro. Mas na atual situação esses valores estão sendo empurrados para o que é baixo. A lógica da natureza é perfeita, mas o homem não deve se sobrepor a ela. Para compreender isso, e obter melhores resultados, tem de dar espaço para a alma para entender as leis da natureza e adaptar-se a elas com humildade para construir e beneficiar. É preciso entender essas leis e perceber como tudo na natureza funciona com lógica impecável. Isso tudo deveria motivar as crianças a adquirir saber. Falta compreensão. Faltam propósitos. Aumenta a sensação de vazio provocada de inúmeras formas. A espécie humana está perdendo a consciência de sua missão de compreender o funcionamento das leis da vida e fortalecer o espírito, beneficiando a Criação. Os mais atingidos são os jovens, que pouco aprendem sobre a vida com os pais, com a escola e com a mídia, vivendo de forma artificial. Não sabem por que nasceram nem que são seres humanos cuja tarefa é alcançar a evolução e autoaprimoramento. O momento exige um esforço redobrado para manter vivos os propósitos e valores, não permitindo que entrem em colapso e arrastem os seres humanos para o abismo da decadência e destruição. É preciso esforço para compreender exatamente as até hoje incompreendidas palavras que Jesus de Nazaré pronunciou quando pendia na cruz: “Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem!" A humanidade necessita de livros escritos com alma, que clarifiquem o espírito com simplicidade e naturalidade, promovendo bom senso e iniciativa própria, impedindo o apagão espiritual e mental, pondo em relevo a essência da inteligência. Nota do Editor: Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, “2012... e depois?”, “Desenvolvimento Humano”, “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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