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Opinião
10/05/2017 - 06h51
Lula, seus arroubos e a militância
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

As promessas de comparecimento em massa das centrais sindicais e movimentos favoráveis ao ex-presidente Lula para se manifestar no entorno da sede da Justiça Federal de Curitiba, durante o seu interrogatório nesta quarta-feira, levaram o juiz Sérgio Moro a utilizar as redes sociais para pedir aos apoiadores da Operação Lava Jato que não compareçam. O magistrado diz ser desnecessária essa mobilização, visto que será apenas um ato judicial de rotina, o interrogatório de um réu conforme o processo em tramitação. Falou, inclusive, de sua preocupação com a possibilidade de confrontos e vítimas caso os opostos venham a se encontrar.

Pelo que adiantou Moro, nada de especial vai acontecer no decorrer da audiência. Desfaz os boatos sobre a possível prisão do ex-presidente ou qualquer outra medida drástica que possa justificar mobilização pró ou contra o réu. Espera-se que isso coloque um pouco de água à fervura e impeça a radicalização.

O próprio Luiz Inácio tem extrapolado ao se dizer candidato e ao ameaçar que, uma vez eleito, mandará “prender” aqueles que os criticam. Sua fala, certamente, é a de alguém acossado por centenas de denúncias que poderão, ao longo dos processos, levá-lo ao cárcere. Mas, por outro lado, explicita o seu verdadeiro conceito de democracia, mais para caudilho ou até ditador. Isso, quando vem acompanhado de mobilizações populares, pode significar algo não condizente com tudo o que se tem pregado nesse país desde a redemocratização.

É importante observar que nos últimos anos se tem formado grupos que atuam como milícias, bloqueiam ruas e estradas, ocupam espaços públicos e privados e tomam atitudes radicais em nome de suas teses. Esses entes já foram chamados “exércitos” e seus dirigentes chegaram a ameaçar colocá-los na rua “de arma na mão”. O governo, pelas suas forças institucionais, tem o dever de mantê-los sob controle para evitar qualquer surpresa e principalmente a perda de vidas em confrontos.

Neste momento é fundamental a manutenção da ordem pública. Nada deve atrapalhar o trabalho da justiça no cumprimento de sua missão de desvendar com serenidade e independência os supostos crimes e punir os culpados, independente de quem sejam. Também não se pode impedir o exercício do direito de defesa, até para que as decisões não sejam meros castigos e, em lugar disso, representem o verdadeiro conceito de justiça, atribuindo a cada um dos implicados única e exclusivamente aquilo que a lei prevê para o seu procedimento apurado.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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