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Medicina e Saúde
12/05/2017 - 07h27
Doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti
Paulo Julio Bianchin
 

O Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue, da chikungunya, da zika e da febre amarela urbana. É originário do Egito, sendo que a dispersão pelo mundo ocorreu da África. As teorias mais aceitas indicam que o Aedes aegypti tenha se disseminado da África para o continente americano por embarcações que aportaram no Brasil para o tráfico de escravos.

É um mosquito preto, menor que os mosquitos comuns, apresenta pequenos riscos brancos no dorso na cabeça e nas pernas. Seu habitat é urbano, vive dentro dos domicílios e perto do homem. Ele tem hábitos diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. A reprodução acontece em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas.

São as seguintes doenças transmitidas pelo Aedes aegypti:

Dengue

Os sintomas iniciam entre 5 a 6 dias após a picada do mosquito, podendo variar de 3 a 15 dias. A dengue pode se apresentar de uma forma leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas na pele. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas. Após a cura da doença, a pessoa adquire imunidade permanente àquele tipo de vírus da dengue que a infectou (existem quatro tipos diferentes).

Chikungunya

Os sintomas iniciam entre 3 a 7 dias após a picada do mosquito, podendo variar de 1 a 12 dias. O quadro clínico é semelhante ao da dengue – febre alta de início rápido, com duração de cerca de 2 a 4 dias, acompanhada de dores articulares e musculares, dor de cabeça, náusea, cansaço e manchas na pele. A principal manifestação clínica são as fortes dores nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e punhos, que muitas vezes podem estar acompanhadas de inchaço. Essas dores podem perdurar por anos e comprometer a qualidade de vida. Depois de infectada, a pessoa provavelmente adquire imunidade permanente ao vírus chikungunya.

Zika

Os sintomas iniciam entre 3 a 12 dias após a picada do mosquito, porém cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus zika não desenvolvem manifestações clínicas. Nos poucos casos que apresentam sintomas, os principais são febre baixa com duração de cerca de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Depois de infectada, a pessoa provavelmente adquire imunidade permanente ao vírus zika.

Há evidências que a transmissão pode ocorrer também da mãe para o feto durante a gestação, por transfusão de sangue e por via sexual. Neste último caso, diante de achados recentes, como a presença do vírus no sêmen, é crescente a evidência de que o vírus pode ser sexualmente transmissível. Não há evidências de transmissão do vírus zika por meio do leite materno, assim como por urina e saliva.

O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde já reconheceram oficialmente a relação entre o nascimento de bebês com má-formação cerebral (microcefalia) e a circulação simultânea do vírus zika no Brasil. Estudos indicam também uma ligação entre o vírus e a Síndrome de Guillain- Barré.

Febre amarela

O período de incubação varia de 3 a 6 dias, podendo se estender até 15 dias. Nos casos que evoluem para a cura, a pessoa adquire imunidade permanente à doença. O quadro clínico apresenta-se como infecção leve até formas graves e fatais. O início é abrupto com febre alta, calafrios, dor de cabeça intensa, dor muscular, prostração, náuseas e vômitos com duração de cerca de 3 dias. O quadro pode evoluir para cura ou para a forma grave caracterizada pelo aumento da febre, diarreia, vômitos com aspecto de borra de café, icterícia, manifestações hemorrágicas, insuficiência hepática e renal.

A vacina contra febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle desta doença. Produzida no Brasil desde 1937, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, apresenta eficácia acima de 95%. A imunidade se desenvolve entre o sétimo e décimo dia após a aplicação da vacina, razão pela qual a imunização deve ocorrer dez dias antes de se ingressar em área de transmissão. 

Tratamento e medidas de prevenção

Não existe tratamento específico para dengue, chikungunya e zika. O tratamento é feito para aliviar os sintomas. Quando aparecerem os sintomas, é importante procurar atendimento médico, fazer repouso e ingerir bastante líquido. Anti-inflamatórios e medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico são contraindicados na suspeita destas doenças, pelo risco de hemorragia.

Já foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) uma vacina contra o vírus da dengue, em três doses. Ela protege contra os quatro tipos de vírus da dengue, porém sua eficácia não é considerada muito alta. Está em fase final de testagem outra vacina contra dengue, em dose única, desenvolvida pelo Instituto Butantan (SP), em parceria com institutos de saúde americanos, que também protege contra os quatro tipos de vírus.

Enquanto estas vacinas ainda não estiverem sendo distribuídas e aplicadas em larga escala, a forma mais importante de prevenção da dengue e também da chikungunya e zika é o combate ao mosquito. Mantenha o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros nas suas casas e vizinhança, cuidando para que lixeiras, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus, pratinhos com vasos de plantas e até brinquedos não sirvam de criadouro para as larvas do mosquito. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser adotadas durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos). Telas em janelas e portas também podem ser adotadas com boa eficácia. No caso da prevenção da zika acrescente-se a prática do sexo seguro.

Referências:

· Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde

· Prefeitura de São Paulo. Coordenação de Epidemiologia e Informação (CEInfo)

· Prefeitura de São Paulo. Centro de Vigilância Epidemiológica 
Portal Saúde


Nota do Editor: Dr. Paulo Julio Bianchin (CRM 70636) é médico infectologista e clínico geral no Centro Médico Portomed Santo Amaro.

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