(I) Uma cena muito comum que temos de testemunhar quase que diariamente é a de vermos a gurizada, estando ouvindo um tedioso e repetitivo sermão proferido por um adulto - seja esse adulto seu pai ou um professor - dizer que eles já estão cansados pra caramba de ter que ficar ouvindo aquela lengalenga toda. Triste isso. Pois é, porém, sem querer ser chato, mas já o sendo, como de costume, de minha parte, diria o seguinte para esse tipo de fedelho: me diga uma coisa seu moleque mimado e presunçoso: quando você irá se cansar de continuar fazendo as mesmas bobagens de sempre e começar a criar vergonha da cara? Quando? Lembre-se: errar é inerente a condição humana, mas persistir no erro achando isso a coisa mais linda do mundo é estupidez da brava. Só isso e olhe lá. (II) A “valentia” de certos jovens e adolescentes que afrontam pais e professores só se justifica pelo seu desfibramento estupidificante estimulada pelos valores degradantes da sociedade contemporânea. Isso mesmo! Todo esse papinho de revoltado - com ou sem causa - não passa de cobardia da brava. É isso mesmo, pusilanimidade. Esses ranhentos que afrontam pais e mestres fazem isso só porque sabem que essas pessoas não irão revidar os insultos e/ou agressões - nem de modo proporcional e muito menos de maneira avassaladora as provocações deles. Só por isso. E, tanto o é assim que, quando vemos os mesmos valentões entre os seus, esses mostram a sua verdadeira face. Eles aturam as mais vis humilhações impingidas pelos seus semelhantes de modo silente e com aquele sorrisinho amarelo e sem graça estampado no rosto ao lado das espinhas, porque sabem que seus iguais não são como os seus professores e muito menos com os seus pais e, por isso mesmo, se eles ratearem frente aos ultrajes, os amiguinhos irão, sim, revidar. Enfim, enganem-se e se auto-enganem o quanto quiserem, mas é isso que são todos esses jovens metidos e revoltadinhos: somente alminhas covardes e podres de mimadas. Só isso e olhe lá.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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