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Opinião
20/05/2017 - 08h21
O sucesso do impossível
José Roberto Securato Junior
 

O primeiro passo para se fazer o impossível é não dizer para os outros que é impossível. Acreditar faz, sim, milagres. Mas, não é o único fator do sucesso. É preciso talento, planejamento, foco e, por que não, um pouco de sorte.

No sábado 06 de maio, em Monza, Itália, tentou-se o impossível: correr uma maratona – 42.195 metros – em menos de duas horas. Este feito humano seria comparável a escalar o Monte Everest ou ir para o espaço.

O atleta queniano Eliud Kipchoge terminou a prova em 2:00:23, apenas 23 segundos acima da meta, mas 2 minutos e 32 segundos mais rápido do que o melhor tempo jamais conseguido para definir o novo recorde mundial. Este foi o resultado do projeto “Breaking2”, da Nike, que incluiu outros dois maratonistas candidatos a quebrar o recorde, vários corredores de elite, equipamento de primeira linha, muito planejamento e o mais importante: acreditar que era possível.

Também neste mesmo sábado, eu assisti a uma palestra de uma ambientalista que, por mais de meia hora, criticou os seres humanos por serem os únicos na Terra que produzem lixo (e poluem o meio ambiente). Mas, esta premissa não é verdadeira: compre um aquário com um peixinho e, em alguns dias, note a poluição que ele produziu.

O problema não é quem produz o lixo, mas, sim, a escala e a velocidade com que o ser humano faz isso, problema que não foi abordado pela ilustre palestrante. Na sua ânsia de resolver um problema quase impossível, os ambientalistas se perdem em questões triviais. A mais absoluta falta de foco.

No livro “Mais rápido e melhor: os segredos da produtividade na vida e nos negócios”, o escritor norte-americano Charles Duhigg propõe que todos nós tenhamos metas audaciosas, difíceis ou mesmo quase impossíveis para se alcançar. Mas, para que não nos encontremos frustrados, ele também sugere que tenhamos metas menores, que nos levem às maiores (estas, sim, têm que ser realistas: específicas, mensuráveis, alcançáveis, realísticas e temporais – no inglês, formam o acrônimo S.M.A.R.T.).

Em sua obra, Charles usa um bom exemplo de como um indivíduo se comporta diante de metas realistas e não realistas. Em um experimento, corredores foram desafiados a percorrer duzentos metros em dez segundos (a título de conhecimento, Usain Bolt venceu a prova dos 100m rasos nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, com o tempo de 9s81).

Na média, os corredores conseguiram percorrer 59,6 metros. Uma semana depois, os mesmos competidores foram desafiados a correr nos mesmos dez segundos. Mas, desta vez, lhes impuseram como meta cem metros. Na média, eles conseguiram percorrer 63,1 metros (5,8% a mais). No segundo experimento, a meta era percebida como realista e os corredores souberam se organizar para buscar superá-la.

O “Breaking2”, da Nike, é um exemplo de algo ambicioso que contou com um planejamento impecável. A execução do projeto e o rodízio dos corredores são exemplos de um trabalho em equipe, cujo esporte é essencialmente individual: uma meta ambiciosa foi quebrada em uma série de submetas alcançáveis, tornando-se realista.

Se houve talento, planejamento e foco, por outro lado, faltou um pouco de sorte para Eliud Kipchoge conseguir fazer o percurso da maratona 23 segundos mais rápido, no tempo proposto de duas horas. Mas, quem corre, sabe como estes segundos são difíceis de tirar.

Precisamos de metas ambiciosas na vida pessoal e profissional, assim como as metas S.M.A.R.T., para fazer a ponte até aquelas impossíveis, pois a vida é muito curta para ser ordinária. Precisamos, portanto, de um planejamento meticuloso e de um plano B (até mesmo um C), caso o principal não dê certo.

É fundamental investir tempo e energia nas questões que realmente interessam para não desperdiçá-las (nem dinheiro). Precisamos ainda sair da zona de conforto, assumir riscos e explorar para crescer. E a sorte? Quanto mais estudar, dormir mais tarde e acordar mais cedo poderá tê-la ao seu lado...


Nota do Editor: José Roberto Securato Junior é Vice-Presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR).

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