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Crônicas
24/05/2017 - 07h05
Praça abandonada
Henrique Fendrich
 

Numa dessas caminhadas de fim de tarde descobri uma praça abandonada. Tem a curiosa forma de um triângulo e não recebe nenhum raio de sol, tão coberta está pelas árvores ao redor. Existem nela alguns poucos bancos em que eu, pelo menos até ontem, nunca havia visto alguém sentar. E um parquinho, esse sim completamente abandonado. Além do escorregador e das balanças já totalmente enferrujados, há muitas folhas secas que ninguém até então teve o trabalho de varrer. Faltou dizer que a praça está cercada, mas essa cerca está cheia de buracos, feitos, naturalmente, por gente que não estava com vontade de caminhar até o portão de entrada. Do lado oposto ao parquinho há muito lixo jogado. É, em resumo, uma praça muito feia.

Mesmo assim, comecei a me afeiçoar a ela como se fosse coisa minha. Tanto que várias vezes alterei o meu trajeto, apenas para poder passar outra vez ao lado da praça feia. As três ruas que a rodeiam são bastante pacatas e agradáveis de se caminhar. E em todas as vezes eu a encontrava do mesmo jeito, até o dia em que notei uma placa de “Vende-se” presa à cerca. Por um momento eu achei que estavam vendendo a minha pracinha. Reconheço que ela não estava tendo muita serventia, mas ao menos era uma praça, e não um prédio. Fiquei aliviado quando notei uma flecha apontando para a casa à esquerda da pracinha. Que vendam-se as casas, mas deixem a praça.

Mais surpreendente do que a placa foi o que encontrei durante a caminhada de ontem, ou seja, um casal de namorados sentado em um dos bancos da praça. Acho que há certos bancos em certas praças que servem exatamente para que uma casal de namorados se sente ao fim do dia e converse coisas suaves e sem grande importância, mas não imaginei que isso também pudesse acontecer nas praças feias. E era bonito de se ver como aproveitavam juntos aquela solidão. Tão bonito que eu desejei também ter um banco, uma praça, e principalmente uma namorada. Mas contentei-me em ter somente aquela paisagem.

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