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Opinião
03/06/2017 - 08h32
A CPI da JBS
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Começa na próxima semana o trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, de deputados e senadores, encarregada de verificar os contratos de empréstimos do BNDES, os acordos de delação dos executivos da JBS e as possíveis irregularidades fiscais nas transações. Atingidos pelas delações de Joesley e Wesley Batista, os políticos, finalmente, decidiram investigar a saída e a aplicação dos recursos do banco de fomento. Oxalá, diferente de tantas outras CPIs, que terminaram em nada e desmoralizaram seus integrantes, esta sirva para expor a verdade do relacionamento do banco oficial com o empresariado e, principalmente, com os políticos hoje colocados na linha de suspeição.

Os senhores deputados e senadores precisam ter a coragem de apurar se os negócios do BNDES com o grupo empresarial que se agigantou em território brasileiro e no exterior, seguiram os trâmites legais ou foram movidos pelas propinas que os empresários confessam ter pagado a políticos e a gente do governo. Verificar também se a dinheirama foi aplicada no Brasil ou alavancou os negócios da família Batista nos Estados Unidos, onde detém quase uma centena de frigoríficos. Da mesma forma, seria útil analisar se os empréstimos concedidos para uma dezena de países das Américas e da África, inclusive Cuba, atenderam os interesses brasileiros ou só serviram para criar empregos e desenvolver aqueles países e sustentar politicamente seus governantes alinhados com os dirigentes brasileiros de então. Ver, ainda, se tais operações geraram propinas fora e dentro do território brasileiro. Caso tais investigações fujam ao objeto da presente CPI, poderiam montar outras. O importante é esclarecer.

As informações dadas ao conhecimento público nos últimos tempos indicam que o Brasil está apodrecido e precisa, mais do que reformas administrativas, de ampla revolução ética. Temos de reaver valores que as práticas hoje denunciadas jogaram na lata do lixo. O BNDES não pode ser instrumento de enriquecimento de alguns em detrimento do povo brasileiro e jamais deveria custear empreendimentos no exterior, pois ainda existem muitas ações para se realizar em território nacional.

Espera-se que os parlamentares da nova CPI, em lugar de defender a própria pele, lembrem-se que, em razão do momento crítico, são observados de perto pela população. O eleitor exige atuem com independência, honestidade e até patriotismo. Que avancem no esclarecimento das questões nebulosas que colocam o BNDES no pólo negativo do noticiário. E que, ao final, encontrem as irregularidades, denunciem seus responsáveis ao Ministério Público e, principalmente, tenham alternativas sugestões para o aperfeiçoamento das leis e regulamentos de forma a impedir a repetição dos malfeitos...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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