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Opinião
05/06/2017 - 06h53
A novela `Malhação´ e o preconceito policial
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Ao abordar o racismo, a novela juvenil “Malhação”, da Rede Globo, em seu capítulo da última terça-feira (30/05), foi inadequada, infeliz e inverossímil. Colocou, maliciosamente, a Polícia Militar de São Paulo no pólo negativo, atribuindo comportamento completamente divergente do real aos personagens que interpretaram policiais. Tanto que provocou o imediato repúdio do comando da corporação – hoje a cargo do cel. Nivaldo Restivo, um oficial operacional afeito ao contato direto com a comunidade e, portanto, conhecedor do tipo de relacionamento entre o policial e o público nas diferentes situações. Igualmente indignados, os deputados federais Major Olimpio e Capitão Augusto, também protestam e pedem providências que recoloquem a questão no devido lugar.

Os “policiais” exibidos na novela são exatamente o oposto do verdadeiro policial militar. Este é treinado profissionalmente para respeitar o cidadão, a diversidade e os direitos humanos, mesmo nos momentos de tensão que exijam o emprego de energia e até de força. Qualquer policial de verdade que se comporte como os exibidos em “Malhação”, se denunciado, teria grandes problemas com a corregedoria e sofreria todas as consequências, podendo até ser excluído da corporação e entregue à Justiça. A obra é simplista e utiliza velhos clichês, não só em relação ao racismo sobre o negro, mas também ao oriental. É obsoleta ao atribuir à família a opressão aos jovens na escolha de seus relacionamentos. Abordagens inteiramente defasadas no Brasil de hoje que, a duras penas, tem evoluído no trato da diversidade.

É profundamente lamentável que episódios como estes ocorram e, por visão estreita ou preconceituosa de seus realizadores, tentem turvar a imagem de nossa instituição policial e de seus integrantes. Melhor seria que, antes de externar suas suposições, os autores e realizadores procurassem pela realidade. A Polícia Militar tem regras claras de procedimento e pune rigorosamente seus membros que atuem em discordância. A televisão é um poderoso veículo de massa. Não pode ser utilizado para veicular, objetiva ou subjetivamente, conceitos não condizente4s com a realidade. Os policiais militares paulistas (e dos demais estados, com certeza), esperam que a Rede Globo se pronuncie, desfaça o grave erro e, principalmente, não permita que ele venha a ser reeditado no âmbito de sua programação.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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