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Opinião
02/08/2017 - 07h09
O político e a revolução do voto
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Foram poucas as épocas em que a figura do político brasileiro esteve tão desgastada. Os malfeitos já apurados e em apuração têm servido para estabelecer a má imagem da classe que, infelizmente, pouco ou nada tem feito para contradizer aqueles que a massacram. A atual democracia brasileira, cantada em prosa e verso nas suas três décadas de existência, está doente. Seus operadores não souberam operá-la com responsabilidade e de forma a fortalecê-la. Equivocadamente, para se dizerem democratas e diferentes dos antecessores que classificavam como ditadores, cultivaram uma república de direitos sem obrigações correspondentes e se esqueceram que a vida – tanto das pessoas quanto de um país – tem tudo a ver com a aritmética e, para dar certo, a conta tem de fechar.

A corrupção, o enriquecimento ilícito e todo o sentimento negativo que hoje assolam o país são resultados do pouco apreço à retidão e à cultura de cada coisa em seu devido lugar. Os políticos – principais agentes do tempo democrático – pouco se importaram em custear suas campanhas com o dinheiro recebido da corrupção, do crime ou de qualquer outra fonte que os pudessem manter de rabo preso. O resultado não poderia ser diferente daquele que hoje vemos nas páginas dos jornais, no rádio e na televisão e nas páginas das redes sociais. Tudo isso é muito ruim, pois coloca o país na condição de barco à deriva e com desigualdade cada dia maior.

É preciso fazer algo para resgatar a imagem do político brasileiro. A sociedade carece do seu trabalho franco e consciente e sem ele não pode sobreviver. Mas o próprio político tem de se respeitar e entender em primeiro lugar que política não é profissão, mas a forma do cidadão participar da construção de uma sociedade melhor. É necessário dizer isso ao povo e lembrar que na medida em que abominamos a política, abrimos chance para que os demais decidam pela gente e o façam de acordo com os seus interesses, não os nossos.

Nestes dias assistimos a movimentação do presidente objetivando conquistar os votos necessários para não ser afastado do poder. Fala-se em liberação de muito dinheiro para os deputados votantes e de outras benesses. Independente do resultado da votação, a classe política sairá manchada e mais desprestigiada ainda. Temos de lutar para que episódios como este não se repitam. É preciso acabar com a cultura do poder a qualquer preço e até em troca da dignidade.

O brasileiro precisa se conscientizar de que sua oportunidade de mudar as coisas só acontece a cada quatro anos, nas eleições onde se renovam os cargos de presidente, senador, deputado, governador, prefeito e até de vereador. Se aquele em que você votou nas eleições passadas não foi bem, procure outro que possa fazer melhor. Importante destacar que, para ser duradoura, a solução tem de vir das urnas. A única revolução que devemos admitir é a do voto consciente. Jamais as lágrimas e o ranger de dentes da intervenção militar ou do apoio bélico das Forças Armadas...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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