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Opinião
23/08/2017 - 07h43
O `Baixo Clero´
Montserrat Martins
 

Desenhando: subiu a gasolina porque o Temer gastou com emendas (verbas) para deputados, para não sofrer impeachment. Esses que vendem votos são chamados de “Baixo Clero”, não são grandes lideranças partidárias, nem regionais, nem são movidos a ideologia, só a fisiologismo, nome sutil para corrupção.

Seria honroso para a autoestima do Brasil, e para o governo anterior em particular, se o impeachment da Dilma pelo Congresso tivesse sido tramado por Washington, devido à importância estratégica do nosso país no hemisfério sul, às nossas reservas petrolíferas e à nossa liderança emergente na ONU, à relevância do BRIC e do Mercosul. Seria, só que não foi. Foi pelo “Baixo Clero”, mesmo.

Na rede de sites e blogs que denunciaram o “golpe”, que destituiu um governo eleito sob a acusação formal de “pedaladas”, proliferaram versões sobre o papel da CIA, de grandes tramas, e-mails secretos, sobre os interesses escusos americanos na destituição do nosso governo “de esquerda”.

Os americanos, assim como os europeus, reagiram com espanto ao Temerismo pois o Brasil vinha sendo um parceiro irrepreensível para a lucratividade do sistema financeiro, das multinacionais, do capitalismo em geral. Ao mesmo tempo em que adotava um discurso “de esquerda” da boca pra fora, nosso governo vinha gerenciando com brilho o capitalismo sul-americano, num belo contraponto ao xiitismo bolivariano da Venezuela, um país rico em petrodólares que foi levado à insolvência pela incompetência do chavismo.

No rigor dos fatos realmente comprovados, o golpe não ocorreria sem a participação decisiva de Eduardo Cunha, então Presidente da Câmara. Ele mantivera engavetadas, por vários meses, uma série de pedidos de impedimento, se mantendo como aliado do governo até a última hora. Eis que, sob pressão das bases do PT, o governo dá as costas a Cunha, acusado de corrupção, e Cunha declara publicamente que rompe com o governo e vai dar trânsito ao pedido de impeachment.

A diferença entre os pedidos de impeachment da Dilma e do Temer não foi a CIA, não foi a mídia, não foi o Ibope, nem mesmo os fatos de domínio público. A delação da “mesada” de 500 mil por semana para Temer, entre outros escândalos, baixou seu índice popularidade para menor que o da Dilma. A grande imprensa, tão criticada pelos petistas, noticiou amplamente toda a corrupção do governo atual.

O que foi decisivo, mesmo, foi o “Baixo Clero”, com o qual Temer e Cunha negociaram à luz do dia, sob os holofotes nos noticiários e sem a menor vergonha na cara. As teorias da conspiração de Washington são tentadoras, mas ocultam um fato que temos de encarar abertamente: quem manda no país hoje é o “Baixo Clero”.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do Portal EcoDebate, é médico psiquiatra, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e ex-presidente do IGS – Instituto Gaúcho da Sustentabilidade. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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