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Medicina e Saúde
12/09/2017 - 06h14
Os transtornos psiquiátricos não são psicológicos
 
 

Como saber se um estado emocional é de origem cerebral (psiquiátrica) ou se decorre de um conflito psicológico? O psiquiatra e pesquisador Dr. Diego Tavares (drdiegotavarespsiquiatra.com) do Hospital das Clínicas de São Paulo - SP explica que o cérebro pode adoecer de duas maneiras: com doenças neurológicas e com doenças psiquiátricas.

“As doenças neurológicas são doenças que acometem partes do cérebro que desempenham funções mais ou menos `mecânicas´ como movimentos do corpo, visão, equilíbrio etc. Quando uma pessoa apresenta uma doença neurológica geralmente ocorre uma lesão que provoca uma destruição de uma parte do sistema nervoso. Por isso estas doenças podem ser diagnosticadas por meio de exames como ressonância magnética e muitas vezes deixam sequelas irreversíveis”, conta o médico que acrescenta, “já as doenças psiquiátricas decorrem de alterações químicas e produzem modificação em funções dinâmicas do cérebro, isto é, funções que não são fixas mas que oscilam ao longo do dia e dos dias normalmente, são dinâmica”.

Para exemplificar, Dr. Diego conta que existem doenças psiquiátricas na atenção, que normalmente oscila em um mesmo dia, não é fixa como um movimento voluntário, é comum pela manhã a atenção estar baixa, ela se elevar ao longo do dia e voltar a cair a medida que a noite se aproxima e o sono vem. “Dessa maneira, as doenças psiquiátricas por serem em funções mais dinâmicas do sistema nervoso não causam lesão ou destruição do sistema nervoso (pelo menos nos primeiros anos de acometimento) e por isso não podem ser diagnosticadas por exames que são uma fotografia do cérebro como uma ressonância magnética”, fala o especialista.

As doenças psiquiátricas assim como as doenças neurológicas possuem padrões pré-estabelecidos de sintomas que constituem cada quadro clínico. Muitas vezes estes sintomas não mudam e são iguais independentemente do país ou da cultura, da raça etc. Já as doenças psicológicas são únicas, porque a história de situações vividas por cada um de nós é única e os conflitos e esquemas prejudiciais de vida que muitas pessoas constituem são únicos e decorrem da história de aprendizado que a pessoa vivenciou ao longo de sua vida e de suas relações e este tipo de interação é único.

Durante muitos anos se confundiu doenças psiquiátricas com doenças psicológicas e a própria Psicologia lutou contra os diagnósticos psiquiátricos com a noção de que diagnosticar um quadro psiquiátrico seria como criar um rótulo para o indivíduo. No entanto, na Medicina, toda doença que tem um padrão tem um nome, que se chama diagnóstico e o diagnóstico é importante para determinar qual quadro está presente e como ele ocorre, quais as perspectivas futuras, como a doença evolui, como ela é tratada e como ela se comporta. Hoje em dia estas questões estão muito mais claras na cabeça das pessoas e cada vez menos existe preconceito com os diagnósticos em Psiquiatria porque se entendeu que doenças no cérebro de etiologia Psiquiátrica possuem um padrão e assim como o cardiologista faz o diagnóstico da doença no coração, o psiquiatra faz o diagnóstico da doença no cérebro.

“Quando uma pessoa tem uma doença psiquiátrica estamos dizendo que aquele conjunto de sinais e sintomas da doença não decorrem totalmente da vontade da pessoa. Estamos inferindo que existe algo modificando a predisposição para uma pessoa se comportar deste ou daquele jeito. Nos quadros muito graves (minoria) a pessoa pode perder o controle do próprio comportamento e agir de maneira totalmente alheia a sua vontade mas na maior parte das doenças psiquiátricas, que são leves, o que ocorre é que a doença acontece junto com o funcionamento voluntária do indivíduo e uma parte dos seus comportamentos estará sendo influenciado por aquele estado”, finaliza Tavares.

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