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Opinião
13/09/2017 - 06h49
A classe política como caso de polícia
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Mesmo com o feriado na quinta-feira, que costuma esfriar o período, a semana passada foi movimentadíssima no cenário político nacional. Pontuaram as revelações do ex-ministro Antonio Palocci sobre o ex-presidente Lula, a descoberta da mala dos R$ 51 milhões na posse do ex-ministro Gedel VBieira Lima e a prisão dos delatores da JBS. E toda a agitação parece ser apenas o preâmbulo de mais emoções. Palocci se prepara para fazer a delação premiada, Gedel fatalmente revelará a origem, o destino e os donos da dinheirama apreendida; Joesley Batista e Ricardo Saud terão de se explicar ao MP e ao Judiciário sobre coisas que preferiram esconder no acordo de delação recheado com a gravação do presidente Michel Temer. E ainda teremos o segundo depoimento de Lula perante o juiz Sérgio Moro, nesta quarta-feira.

Rodrigo Janot, que acaba de denunciar os ex-presidentes Lula, Dilma e José Sarney, senadores e outros líderes políticos e partidários, em sua última semana à frente da Procuradoria Geral da República, ainda poderá apresentar uma segunda denúncia contra Michel Temer. Nunca antes nesse país tivemos a classe política tão em baixa como atualmente. Nem nos tempos de quebra institucional, quando ser político era sinônimo de palavrão.

O ex-presidente deverá responder perguntas sobre a compra pela Construtora Odebrecht, como propina, de um terreno para o Instituto Lula e do apartamento vizinho ao seu, em São Bernardo do Campo. Depois do depoimento de Palocci, fica mais difícil continuar negando tais acontecimentos, já que o ex-ministro os confirmou e ainda adiantou a propina relativa ao sítio de Atibaia e o tal “pacto de sangue”, onde a empreiteira teria colocado R$ 300 milhões à disposição de Lula. Evidente que o réu comparecerá contrariado, pois sua defesa tentou adiar o interrogatório e teve o pedido negado tanto pelo juiz quanto pela segunda instância, o TFR-4 (Tribunal Federal de Recursos) de Porto Alegre. Ainda mais: diferente do primeiro depoimento a Moro, ocorrido em maio, desta vez, comparecerá na condição de alguém condenado em outro processo e depois de ter feito ácidas críticas ao magistrado e àqueles que o acusam. Poderá até manter-se calado.

Apesar de todas as dificuldades, o ex-presidente ainda contará com manifestações de rua organizadas pelo seu partido e linhas auxiliares. Difícil saber se terão a mesma dimensão da anterior. O importante, no entanto, é que os responsáveis pela segurança pública mantenham a ordem. Nada deve tumultuar o funcionamento da justiça, até para que o seu veredito seja o mais acertado possível e condizente com a ética e os interesses nacionais. Quem deve tem de pagar, mas na justa medida do débito. Nem mais, nem menos...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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